História, perguntado por sarahmagnani, 7 meses atrás

Explique como a expansão dos exércitos de Napoleão na Europa se refletiu na América Latina. URGENTE

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Respondido por daranogueira777
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Resposta:

A Era Napoleônica compreendeu o período da chegada de Napoleão Bonaparte ao poder no Consulado, em 1799, e terminou com sua derrota na Batalha de Waterloo e seu exílio na Ilha de Santa Helena, em 1815. Duas caraterísticas principais podem ser ressaltadas nesse período da história mundial: a consolidação das instituições burguesas nos Estados Nacionais e a expansão do Império Napoleônico para outros locais da Europa, configurando-se como uma ameaça ao Antigo Regime Absolutista do continente.

A subida de Napoleão ao poder ocorreu em meio à crise que havia no Diretório (1795-1799), sendo verificadas conspirações tanto à esquerda, com a Conspiração dos Iguais, quanto à direita, com as ações dos realistas. O prestígio conquistado com as campanhas militares externas pelo exército francês em geral, e a de Bonaparte em particular, colocou Napoleão para ser o garantidor da ordem interna da França. O golpe contra o Diretório no 18 de Brumário (09 de novembro de 1799) representou a reação dos girondinos, tendo Bonaparte à frente da conspiração.

Com o golpe, tinha início o período do Consulado (1799-1804). Nele, Napoleão Bonaparte tornou-se um dos três cônsules, ao lado do abade Sieyès e Roger Ducos. Mas pelo fato de ser o primeiro-cônsul, era Napoleão que centralizava o poder executivo, principalmente com o reforço de poder a esse cargo dado pela Constituição do Ano X (1802). Internamente, o objetivo era reorganizar a economia, a sociedade francesa e as novas instituições da burguesia, criando uma estabilidade no país. No plano econômico, uma das principais medidas foi a criação do Banco da França que, controlado pelo Estado, criou o padrão monetário do franco, possibilitando ainda financiamentos à indústria francesa e à agricultura. A criação desse banco central possibilitou ainda o controle inflacionário.

No âmbito da organização social, a principal instituição burguesa criada por Bonaparte foi o Código Civil Napoleônico, em 1804, que serviu de parâmetro a diversos códigos civis nacionais posteriores. Inspirado no direito romano, ele garantia vários princípios caros à burguesia liberal, como a liberdade individual, liberdade de trabalho, liberdade de consciência, Estado leigo, igualdade perante a lei e direito à propriedade privada. Mas o código não garantia direitos ao trabalho assalariado, proibindo greves e organizações de trabalhadores, além de reestabelecer a escravidão nas colônias.

Bonaparte realizou ainda reforma no ensino, com a criação de liceus, que garantiram a formação de parte do funcionalismo público e de oficiais para o exército, além de cursos superiores, como nas escolas de Direito, de Política e Técnica Naval. Na relação com a igreja católica, foi realizada uma concordata com o papa Pio VII, pacificando essa relação e mantendo a igreja submetida ao Estado francês. Inúmeras obras públicas foram realizadas, garantindo condições infraestruturais ao país e também consolidando o apoio dado a Napoleão pela população.

Com esse apoio, Napoleão pôde conseguir a vitaliciedade do poder com a Constituição do Ano XII, tornando-se imperador da França. Porém, o período do Império (1804-1815) não pode ser igualado às monarquias do Antigo Regime. O Império Napoleônico era a consolidação das instituições de poder da burguesia, e não da nobreza, passando ainda a uma ação de expansão da forma de organização social burguesa.

Respondido por bellinha0808
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Resposta:

"Viva a França", ouvia-se nas ruas parisienses em 14 de julho de 1789, quando o povo, com bandeiras tricolores em mãos, tomou a Bastilha, símbolo do antigo regime. Menos de quatro anos depois, a cabeça de Luis 16 rolou na guilhotina. Não tardou muito para que as consequências da Revolução Francesa chegassem ao outro lado do Atlântico.

"Sem as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade, os processos de independência latino-americanos não teriam sido o que foram", assegura o professor alemão Walther Bernecker, da Universidad de Erlangen. "As independências teriam acontecido de um jeito ou de outro, porque havia uma série de causas, mas elas teriam se desenvolvido de outra maneira, ou bem parecido mais tarde", complementa.

No século 18, a Europa viveu um período de conflitos que teve início com o Iluminismo e o Racionalismo inglês, que atraíam a atenção da sociedade para os assuntos terrenos, o ser humano, a razão, a ciência e o progresso. Os monarcas que, como Luis 16, ocupavam tranquilamente seus tronos em nome de Deus, notaram os primeiros tremores do terremoto que extinguiria, muitos anos mais tarde, a maioria das coroas. Os indícios deste sismo também foram sentidos no Continente Americano.

Maximilien de Robespierre, importante personagem da Revolução Francesa

"Viva la Pepa", gritavam os deputados das Cortes de Cádiz em dezembro de 1813, comemorando a Constituição Espanhola de 1812. As tropas napoleônicas que ocupavam a Espanha haviam sido derrotadas; José Bonaparte, o rei estrangeiro, foi obrigado a renunciar o cargo que lhe havia sido concedido pelo irmão. Os representantes da Assembleia de Cádiz ainda não sabiam que sua Constituição, ratificada em 19 de março de 1812, seria abolida por Fernando 7º. Bourbon, restituído, contava com o apoio do Congresso de Viena e dos espanhóis, os quais o apelidaram de O Desejado.

"Sem a invasão da Espanha pelos franceses, as independências latino-americanas teriam se dado de forma diferente", afirma Stefan Rinke, da Universidade Livre de Berlim e autor do livro Revoluções na América Latina, caminhos para a independência (1760 - 1830).

Peru, Chile e México

A independência da América Latina não teve uma única causa. Ideias, circunstâncias e acontecimentos foram sendo somados ao longo de séculos. Com o passar do tempo, cada estudioso passou a dar mais ou menos importância a determinados assuntos ou acontecimentos.

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Ana Carolina Ibarra, do Instituto de Pesquisas Históricas do México, acredita que o vácuo na monarquia deu lugar ao secessionismo e aos ideais iluministas, republicanos, liberais, racionalistas e nacionalistas acumulados durante anos de contato com o Velho Continente. Essas ideias propagavam "que a revolução era legítima e que era justo rebelar-se contra um governo mau, tirano ou déspota".

Confiança ameaçada para sempre

Enquanto Fernando 7º se encontrava "exilado" em um castelo gaulês que Napoleão lhe havia presenteado em troca do trono espanhol, a "pátria mãe" travava uma batalha militar e outra política. Em Cádiz, prontos para fugir em caso de guerra, membros da corte se reuniam para formar uma monarquia constitucional que pudesse entrar em vigor com a volta do rei. Em 1812, eles sancionaram a Constituição de Cádiz, que ficou conhecida como "La Pepa", por ter sido assinada no dia de São José.

Fernando 7º em quadro de Vicente Lopez y Portana (1772-1850)

"A Constituição de Cádiz era excepcional para a época, não apenas pelo seu caráter liberal, mas também por ser a primeira a equiparar, seja política como socialmente, o país colonizador e suas colônias", comenta Manuel Chust Calero, professor de História da Universidade Jaime de Castellón, na cidade de Valência. Em seu primeiro artigo, o documento estabelecia que "a nação espanhola é a união de todos os espanhóis de ambos os hemisférios". O segundo artigo complementava: "A nação espanhola é livre e independente e não é nem pode vir a ser patrimônio de nenhuma família ou pessoa".

Contudo, esse princípio de igualdade não foi seguido na prática. Segundo Bernecker, "considerando a densidade da população, os latino-americanos teriam direito à maioria dos deputados na Corte". Puente explica: "O que as elites espanholas praticaram em Cádiz era uma contradição. Ao mesmo tempo em que pretendiam romper com o antigo regime, queriam conservar a obediência ao Império. Mas este era fruto do antigo regime".

Autora: Luna Bolívar Manaut (eh)

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