Sociologia, perguntado por johnreagan619, 7 meses atrás

Explique a teoria Econômica de Caio Prado Júnior que mostra o papel do Brasil no contexto do capitalismo europeu.

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Respondido por vitoriaemanuelle440
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Resposta:

Universidade Federal de Minas Gerais

RESUMO

O artigo discute a posição de Caio Prado Jr. no interior da corrente marxista da historiografia brasileira, sua interpretação heterodoxa do Brasil dentro do PCB - visão das forças revolucionárias brasileiras - avaliação do passado e expectativas em relação ao futuro do Brasil, além da concepção e reconstrução da temporalidade histórica singular brasileira. A obra selecionada para análise é A Revolução Brasileira, de 1966, escrita e recebida de forma apaixonada no ambiente de derrota das esquerdas pós-golpe de 64. Nessa obra, ele expõe de forma clara e vigorosa as suas teses sobre o Brasil, contrapondo-se ao modelo da revolução democrático-burguesa do PCB, representando o pensamento autocrítico das esquerdas brasileiras durante os anos 1960.

Palavras-chave: Historiografia Brasileira; Caio Prado Jr.; Marxismo no Brasil.

ABSTRACT

This article analyses the Caio Prado Jr.'s position inside the marxist tendence of the Brazilian historiography. It presents his heterodox position inside PCB, vision of the Brazilian revolutionary forces, evaluation of the past and expectations about the Brazilian future, conception and reconstruction of the singular Brazilian historical temporality. The work that was selected to be analysed is "A Revolução Brasileira" (1966) ("The Brazilian Revolution"), passionately written and received in the ambience of the left's defeat after the 1964's putsh. In this book he exposes clearly and vigorously his thesis about Brazil and against the PCB's democratical-bourgeoise revolution model, representing the autocritical Brazilian left thought during the sixties.

Keywords: Brazilian Historiography; Caio Prado Jr.; Brazilian Marxism.

CAIO PRADO JR., ARISTOCRATA E SOCIALISTA

Caio Prado Jr. nasceu em São Paulo em 1907, data da publicação de Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu. Esta percepção da coincidência entre o nascimento de um autor que será marcante com a data da publicação de um clássico, ao qual ele dará prosseguimento, revela a "sensibilidade historiográfica" de Francisco Iglésias. Para este, Formação do Brasil Contemporâneo fez com que Capítulos de História Colonial ficasse em segundo plano, pois menor e menos abrangente, embora seja também uma das obras-primas da historiografia brasileira. Após 1930, Caio Prado vai se tornar o mais influente historiador brasileiro, tomando o lugar de Capistrano de Abreu, que o fora no período anterior a 301. Caio Prado "pegou o bastão" das mãos de Capistrano e prosseguiu, revigorando e acelerando a prova olímpica, histórica e política, do "redescobrimento do Brasil".

A sua formação superior foi em Direito e Geografia. A trajetória que a sua vida tomou dominará a sua obra. Ele é de origem aristocrática; saiu de uma família cafeicultora paulista, para se tornar o intelectual orgânico do movimento operário brasileiro! Sua vida é marcada pela "ruptura de classe". Ao se tornar um intelectual ligado à revolução socialista brasileira, Caio Prado não fez uma pequena travessia como se ele fosse apenas um pequeno-burguês. Ele não é filho da classe média proletarizada. Sua mudança na percepção da história do Brasil foi uma "mutação", afirma Novais2. Aristocrata, ele passou a lutar por igualdade e liberdade além dos limites do liberalismo, além do mundo burguês. Ele é um dos intelectuais de origem burguesa que forçaram os limites da "consciência possível" e produziram "obras significativas" (Goldmman) ou "orgânicas" (Gramsci), ao serem um contraponto ao intelectual tradicional3. Caio Prado saiu da alta tradição, do passado colonial, para a revolução socialista, para o futuro: eis a dimensão do seu salto, que até sugere a impressão de um "suicídio simbólico", tamanha a altura ou distância da mudança de posição.

Ele era ao mesmo tempo empresário, intelectual do proletariado e político. Como intelectual, ele foi pluridisciplinar: historiador, economista, geógrafo, filósofo. Sua obra se iniciou em 1933 com Evolução Política do Brasil, prosseguiu com as publicações de Formação do Brasil Contemporâneo (1942), História Econômica do Brasil (1945) e A Revolução Brasileira (1966). Estes quatro livros constituem o esteio da sua obra histórica. Ele escreveu ainda várias obras filosóficas ligadas à teoria marxista, que repercutiram muito

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