Explique a rivalidade entre França e Prússia ?
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A relação conflituosa entre franceses e alemães arrastou o continente a pelo menos quatro guerras.
Marco zero das duas nações a partilha de Verdun, em 843. O tratado dividiu o reino de Carlos Magno entre seus três netos: Lotário, Carlos e Luís. Carlos ganhou as terras ocidentais, que mais tarde se tornariam a França. Luís recebeu o reino oriental, de tradição germânica. No meio dos dois ficou o neto mais velho, Lotário, que herdara a cereja do bolo: todo o prestígio imperial, a capital, Aachen, e a região central do antigo reino. Mas, sem a menor unidade política, seu reino se esfacelou e o espólio passou a ser disputado freneticamente pelos outros dois.
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). O conflito teve início por causa de diferenças religiosas entre católicos e protestantes no Sacro Império Germânico e arrastou várias nações para uma guerra travada em solo alemão. O resultado foi desastroso. A população alemã foi reduzida de 16 para 8 milhões de habitantes, e o império, fragmentado em mais de 300 territórios soberanos.
No século seguinte, aproveitando-se da debilidade do adversário, os franceses expandiram o país à custa de pequenos reinos alemães. Conquistaram a Lorena, a cidade de Estrasburgo e fincaram o pé na margem esquerda do Reno. Com a Alemanha dividida, ninguém poderia deter esse avanço. Manter os alemães enfraquecidos se tornou ponto comum na diplomacia francesa.
O século 18 trouxe um novo componente à rivalidade: o surgimento da Prússia. No início, austríacos e prussianos lutaram ferozmente pela hegemonia regional. Esses conflitos eram tudo o que os franceses queriam - claro, torciam para que ninguém saísse vencedor. Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748), apoiaram a Prússia contra a Áustria. Dez anos mais tarde, na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), cerraram fileiras com a Áustria contra a Prússia.
O período que se seguiu à queda de Napoleão foi de relativa tranqüilidade para as relações franco-prussianas. A Prússia deu prioridade à consolidação frente aos estados germânicos. O plano era conseguir tomar a liderança regional, que até então sempre fora da Áustria. Por sua vez, a França continuava monitorando tudo de perto, mas não tinha tanta liberdade de ação por ainda se ressentir bastante das últimas desastrosas batalhas de Napoleão.
O crescimento da Prússia, porém, fez com que uma vitória contra a Áustria fosse questão de tempo. Lentamente, sob a batuta do chanceler Otto von Bismarck, os prussianos foram colocando os austríacos para escanteio até confiná-los em um estado à parte. Bismarck sabia que a França jamais permitiria que a Prússia anexasse determinados estados germânicos e patrocinasse a unificação. Não sem outro conflito. Assim, em 1870 estourou a Guerra Franco-Prussiana. O embate durou cerca de um ano e foi uma rápida e contundente vitória da cada vez mais poderosa nação alemã, agora unificada sob a égide do kaiser Guilherme I da Prússia.
A vitória sobre a França deu à Alemanha o direito de reaver a Alsácia, boa parte da Lorena e ainda pedir uma fortuna de indenização aos franceses. Com isso, estava inventada uma fórmula incendiária que culminaria em duas guerras mundiais no século seguinte. Com a França batida e uma economia que não parava de crescer, o império alemão começou a procurar colônias.
Esse expansionismo embaralhou os interesses da Alemanha com os das potências coloniais já estabelecidas, principalmente Inglaterra e França. Um novo confronto era inevitável. Isoladas, Alemanha, Áustria e Itália formaram a Tríplice Aliança, à qual se opôs a Tríplice Entente, de russos, ingleses e franceses. E o barril de pólvora da Europa foi de novo pelos ares.
O Tratado de Versalhes, que deveria selar a paz após a Primeira Guerra Mundial, foi uma sentença humilhante para os alemães, parecido com o acordo que pôs fim à Guerra Franco-Prussiana anos antes. Novamente a paz deveria ser mantida à base de indenizações bilionárias e de uma total desmilitarização do inimigo. Não demorou muito para que o conflito fosse retomado. Dessa vez, a Alemanha, sob o comando de Hitler, invadiu a França com facilidade e ocupou o país por quatro anos.
A Segunda Guerra Mundial enterrou quase 40 milhões de pessoas. E, paradoxalmente, com elas morreu a hostilidade. França e Alemanha descobriram a parceria. Mas o caminho do diálogo foi longo. Os franceses só permitiram que os alemães reconquistassem a soberania em 1955. A importância estratégica da Alemanha Ocidental na Guerra Fria lhe garantiu lugar de honra na Otan e no nascente Mercado Comum Europeu. Ainda hoje franceses e alemães discordam de direções econômicas dentro da Comunidade Econômica Européia - mas uma nova guerra entre Paris e Berlim é algo inimaginável.
espero ter ajudando
Marco zero das duas nações a partilha de Verdun, em 843. O tratado dividiu o reino de Carlos Magno entre seus três netos: Lotário, Carlos e Luís. Carlos ganhou as terras ocidentais, que mais tarde se tornariam a França. Luís recebeu o reino oriental, de tradição germânica. No meio dos dois ficou o neto mais velho, Lotário, que herdara a cereja do bolo: todo o prestígio imperial, a capital, Aachen, e a região central do antigo reino. Mas, sem a menor unidade política, seu reino se esfacelou e o espólio passou a ser disputado freneticamente pelos outros dois.
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). O conflito teve início por causa de diferenças religiosas entre católicos e protestantes no Sacro Império Germânico e arrastou várias nações para uma guerra travada em solo alemão. O resultado foi desastroso. A população alemã foi reduzida de 16 para 8 milhões de habitantes, e o império, fragmentado em mais de 300 territórios soberanos.
No século seguinte, aproveitando-se da debilidade do adversário, os franceses expandiram o país à custa de pequenos reinos alemães. Conquistaram a Lorena, a cidade de Estrasburgo e fincaram o pé na margem esquerda do Reno. Com a Alemanha dividida, ninguém poderia deter esse avanço. Manter os alemães enfraquecidos se tornou ponto comum na diplomacia francesa.
O século 18 trouxe um novo componente à rivalidade: o surgimento da Prússia. No início, austríacos e prussianos lutaram ferozmente pela hegemonia regional. Esses conflitos eram tudo o que os franceses queriam - claro, torciam para que ninguém saísse vencedor. Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748), apoiaram a Prússia contra a Áustria. Dez anos mais tarde, na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), cerraram fileiras com a Áustria contra a Prússia.
O período que se seguiu à queda de Napoleão foi de relativa tranqüilidade para as relações franco-prussianas. A Prússia deu prioridade à consolidação frente aos estados germânicos. O plano era conseguir tomar a liderança regional, que até então sempre fora da Áustria. Por sua vez, a França continuava monitorando tudo de perto, mas não tinha tanta liberdade de ação por ainda se ressentir bastante das últimas desastrosas batalhas de Napoleão.
O crescimento da Prússia, porém, fez com que uma vitória contra a Áustria fosse questão de tempo. Lentamente, sob a batuta do chanceler Otto von Bismarck, os prussianos foram colocando os austríacos para escanteio até confiná-los em um estado à parte. Bismarck sabia que a França jamais permitiria que a Prússia anexasse determinados estados germânicos e patrocinasse a unificação. Não sem outro conflito. Assim, em 1870 estourou a Guerra Franco-Prussiana. O embate durou cerca de um ano e foi uma rápida e contundente vitória da cada vez mais poderosa nação alemã, agora unificada sob a égide do kaiser Guilherme I da Prússia.
A vitória sobre a França deu à Alemanha o direito de reaver a Alsácia, boa parte da Lorena e ainda pedir uma fortuna de indenização aos franceses. Com isso, estava inventada uma fórmula incendiária que culminaria em duas guerras mundiais no século seguinte. Com a França batida e uma economia que não parava de crescer, o império alemão começou a procurar colônias.
Esse expansionismo embaralhou os interesses da Alemanha com os das potências coloniais já estabelecidas, principalmente Inglaterra e França. Um novo confronto era inevitável. Isoladas, Alemanha, Áustria e Itália formaram a Tríplice Aliança, à qual se opôs a Tríplice Entente, de russos, ingleses e franceses. E o barril de pólvora da Europa foi de novo pelos ares.
O Tratado de Versalhes, que deveria selar a paz após a Primeira Guerra Mundial, foi uma sentença humilhante para os alemães, parecido com o acordo que pôs fim à Guerra Franco-Prussiana anos antes. Novamente a paz deveria ser mantida à base de indenizações bilionárias e de uma total desmilitarização do inimigo. Não demorou muito para que o conflito fosse retomado. Dessa vez, a Alemanha, sob o comando de Hitler, invadiu a França com facilidade e ocupou o país por quatro anos.
A Segunda Guerra Mundial enterrou quase 40 milhões de pessoas. E, paradoxalmente, com elas morreu a hostilidade. França e Alemanha descobriram a parceria. Mas o caminho do diálogo foi longo. Os franceses só permitiram que os alemães reconquistassem a soberania em 1955. A importância estratégica da Alemanha Ocidental na Guerra Fria lhe garantiu lugar de honra na Otan e no nascente Mercado Comum Europeu. Ainda hoje franceses e alemães discordam de direções econômicas dentro da Comunidade Econômica Européia - mas uma nova guerra entre Paris e Berlim é algo inimaginável.
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