Explique a Revoltados Malês com indícios de religiosidade envolvidas nesse conflito.
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“O vulcão da anarquia”: as preocupações de Feijó
A Revolta dos Malês ocorreu em Salvador, em 1835, quando o Brasil era governado por Diogo Antônio Feijó. Regente entre 1835 e 1837, administrou o Império enquanto o príncipe herdeiro D. Pedro de Alcântara não atingia a maioridade. Desde a Abdicação de D. Pedro I, acontecida no dia 7 de abril de 1831, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises políticas e econômicas. O gesto do primeiro imperador provocou um vazio político no país, acirrando as disputas pelo poder.
O período conturbado revelou outros problemas, entre eles o agravamento da situação econômica resultante de um quadro em que o país, perdendo os espaços na concorrência por mercados econômicos, aumentava a dependência das potências estrangeiras. As expectativas quanto ao futuro eram difusas e nubladas. Mesmo diante de tanta instabilidade, a época assistiu à expansão da cultura cafeeira na região do Vale do Paraíba e o aparecimento dos chamados “barões do café”.
No contexto em que as atividades agrícolas ocuparam a cena principal, era fundamental, especialmente para as autoridades e para os grandes proprietários, manter a escravidão e o tráfico negreiro, apesar da pressão internacional como aquela promovida pelos ingleses. Registra o historiador Marcus Rediker, o “grandioso drama do comércio humano”, pois a maioria esmagadora das pessoas trazidas da África para os diversos cantos do mundo, “foram tragadas pelo turbilhão em movimento, surreal, do tráfico”.
A esse quadro somavam-se os anseios das camadas populares por melhores condições de vida, e das camadas médias, que almejavam maior participação política. A junção de tantas circunstâncias favoreceu o surgimento de contestações espalhadas pelo país, sempre esmagadas com rigor pelas forças governistas. As autoridades constituídas interpretavam que a eclosão de revoltas ameaçava a ordem e a unidade territorial do jovem Império. Ensina o historiador Ilmar Rohloff de Mattos que “esses conflitos representavam também o protesto contra a centralização do governo em torno das províncias do Rio de Janeiro, de São Paulo e Minas Gerais”.
As reivindicações populares avolumadas desdobravam-se em contendas espalhadas por diversas regiões do Brasil. Entendia o regente Feijó ser preciso conter “o vulcão da anarquia que ameaçava devorar o império”. Eram tempos complexos, em que a urgência de ações frequentemente mostrava sua face.
No intrincado quadro envolvendo situações econômicas, políticas e sociais, que tanto preocuparam o padre Feijó, a mobilização malê, contudo, não deve ser classificada como mais um movimento daquela época. Mesmo estando inserida no conjunto de dezenas de revoltas escravas tradicionais, ocorridas na Bahia, durante a primeira metade do século XIX, apresentava aspectos particulares. Foi a mais grave, a derradeira e ousada, por ter acontecido no âmago de uma importante cidade do Império: Salvador. Além dessas singularidades, distingue-se das demais pelo envolvimento predominante de africanos e de africanas que professavam a religião muçulmana.
“O sonho da Bahia muçulmana”
A frase do historiador João José Reis aponta intenções ao referir-se especificamente a um movimento conduzido predominantemente por africanos escravos e libertos na Bahia, durante o governo do regente padre Diogo Antonio Feijó. Conflitos semelhantes aconteceram naquela província nas décadas iniciais do século XIX. Porém, o que é entendido por estudiosos como o mais significativo foi o dos Malês, que se espalhou rapidamente por Salvador, no alvorecer do dia 25 de janeiro de 1835. Seus participantes, mesmo que por apenas poucas horas, tornaram-se “senhores das ruas” da cidade.
Malê deriva da expressão imalê, que em iorubá designa negros muçulmanos, que sabiam ler, escrever e falar o árabe, língua desconhecida no Brasil – embora não seja possível precisar o número dos participantes que dominavam tal conhecimento quando a revolta eclodiu. A escrita em árabe, no entendimento da historiadora Luciana da Cruz Brito, ocupa “lugar central na interpretação do levante”. Naquela época, a religião muçulmana, em um país extremamente católico, expandia-se entre os africanos que viviam na Bahia, e seus devotos deveriam ler o Alcorão.
Inúmeros historiadores não afirmam, com precisão, o que os participantes pretendiam se fossem vitoriosos. Admitem que eram motivados por razões heterogêneas. Entre elas, estavam as lutas contra a escravidão (e suas formas de expressão) e contra a imposição da religião católica de Roma, bem diversa daquela que a maioria dos envolvidos professava: a muçulmana.
Entretanto, acredita João José Reis que de “toda a maneira, não foi um levante sem direção, um espasmo social produto do desespero, mas um movimento dirigido à tomada do poder”. Mesmo sem ter detalhes, é certo “que a Bahia malê seria uma nação controlada pelos africanos, tendo à frente os muçulmanos”.
Explicação:
Resposta:
Foi uma revolta que se destacou no período por ter motivação religiosa, tendo sido levada a cabo por escravos de religião islâmica, os chamados Malês, que diferencia dos escravos tradicionalmente trazidos ao Brasil, que possui muitas vezes, diferentes religiões próprias.
Explicação: