Explique a relação entre a Revolução Farroupilha e a de centralização pretendida pelos liberais radicais??????
Soluções para a tarefa
A capital colonial sofreu grandes transformações, a começar pela população que aumentara de repente talvez em 50% . Estima-se em dois mil o número de funcionários que vieram para o Brasil e, terminada as guerras napoleônicas, parte das tropas portuguesas transferiram-se para o Rio de Janeiro.
A abertura dos portos permitiu que mercadorias inglesas fossem facilmente encontradas nas lojas da capital. Mudavam os hábitos, as maneiras, a moda. Principalmente as elites tentavam se adaptar ao modo de vida dos nobres portugueses. A liberação das atividades industriais no Brasil, proibidas desde o alvará de 1785, assinado por D. Maria I, não resultou em desenvolvimento industrial do país, uma vez que os portugueses garantiram, através de acordos e tratados, vantagens alfandegárias à Inglaterra.
É bom lembrar que a impossibilidade de os produtos manufaturados brasileiros competirem com os produtos ingleses, mantinha inalteradas as características básicas da economia da época, essencialmente agrário-exportadora.
A política joanina, a partir de 1808, caracterizou-se pela: dinamização das atividades econômicas da colônia; organização da administração pública; e uma política externa agressiva, com as invasões na Guiana Francesa, que seria devolvida à França em 1817, e na banda Oriental (Uruguai) que, rebatizada de Província Cisplatina, faria parte do território brasileiro até 1825.
A estadia da Corte portuguesa foi importante no processo de emancipação e de formação do Estado brasileiro no século XIX.
Desde 1815 a situação do Brasil se modificara. Tornado Reino Unido a Portugal por acordos internacionais mediados pelo governo britânico, a situação parecia melhorar para os brasileiros, ou melhor, para a elite brasileira. Não mais colônia, sem estar submetido ao antigo sistema colonial, o Brasil poderia ter um desenvolvimento maior com a liberdade comercial e a equiparação de todos aos “reinóis”. Mas o controle da economia, isto é, do “livre comércio” cabia aos portugueses, assim como os cargos administrativos e a influência política.
Enquanto isso em Portugal... Napoleão derrotado e o país libertado, sua administração foi entregue aos britânicos, o que não agradou a burguesia portuguesa que permanecera e enfrentara todo o período de domínio francês. O país endividara-se demasiado com os britânicos e a economia mergulhara em profunda crise. Em meio aos movimentos nacionalistas que despontavam na Europa, os portugueses começaram a questionar a tutela britânica e o abandono de seu próprio governo.
Em 1820, a Revolução Constitucionalista do Porto pôs fim à tutela britânica em Portugal. Essa revolução impulsionou, de certa maneira, o processo de emancipação. A Revolução do Porto foi LIBERAL, propunha a descentralização, a autonomia e a limitação do poder real com o estabelecimento de uma CONSTITUIÇÃO. Mas também foi perigosa para os interesses de brasileiros e portugueses com seu projeto recolonizador.
No Brasil, alinharam-se elementos portugueses e brasileiros mais os membros da família real com seus interesses específicos. Aos brasileiros interessava a autonomia das províncias e o fim do poder centralizado e praticamente absoluto da coroa; aos portugueses a continuidade, mesmo que isso significasse a independência; à família real interessava não perder poderes, que seriam limitados pela constituição.
As discussões política ganharam as ruas, as tavernas, o palácio real e outros espaços públicos e privados. Animavam-se alguns, preocupavam-se outros com o que viria das Cortes [Parlamento] de Portugal. Os interesses eram variados e até conflitantes, mas nem portugueses nem brasileiros queriam perder o que haviam conseguido desde 1808; muito menos os britânicos: a recolonização significaria a volta do monopólio comercial e, portanto, a perda de um importante mercado.