Filosofia, perguntado por Marina3286, 9 meses atrás

Explique a passagem da dúvida cartesiana a certeza

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Respondido por dandamts020
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Resposta:

RENÉ DESCARTES

Estudo

RENÉ DESCARTES

O criador do racionalismo cartesiano sustenta que o homem não pode alcançar a verdade pura através de seus sentidos

Por Guia do Estudante

access_time 16 ago 2017, 12h37 - Atualizado em 18 ago 2017, 16h09

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René Descartes

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ORIGEM

Próximo a Tours (França) (1596-1650)

CORRENTE FILOSÓFICA

Racionalismo

PRINCIPAIS OBRAS

O Discurso do Método; Geometria e Meditações; Meditações sobre Filosofia Primeira; Princípios da Filosofia; O Homem

FRASE-SÍNTESE

“Penso, logo existo.”

BIOGRAFIA

Nascido em La Haye, na França, em 31 de março de 1596, René Descartes é considerado um dos pais da filosofia moderna. Tendo estudado com os jesuítas na infância, graduou-se em direito em 1616, pela Universidade de Poitiers. Depois de uma breve passagem pela vida militar, diz a tradição que, após um sonho que teve numa viagem à Alemanha, passou a dedicar-se ao estudo de matemática e filosofia. Conhecido em sua época, suas obras foram, por uns, louvadas; por outros, condenadas como heréticas. Depois de sua morte, em 1650, na Suécia, onde trabalhava para a rainha Cristina, seus livros foram proibidos pela Igreja Católica.

“Mas imediatamente que eu observava isso, que os pensamentos de sonho se confundem com a realidade, ainda assim eu desejava pensar que tudo era falso, era absolutamente necessário que eu, quem pensa, seja algo; e enquanto eu observava que isso é verdadeiro, eu penso, logo existo, era tão certo e tão evidente que eu aceitei este como primeiro princípio de filosofia, que eu estava refletindo.”

A FILOSOFIA DE DESCARTES

René Descartes

René Descartes (Reprodução/Reprodução)

René Descartes é responsável pelo desenvolvimento do racionalismo cartesiano, segundo o qual o homem não pode alcançar a verdade pura através de seus sentidos: as verdades residem nas abstrações e em nossa consciência, na qual habitam as ideias inatas. Diante do forte ceticismo na época do Renascimento, muitas pessoas acreditavam que os métodos científicos eram falhos, incompletos e sujeitos ao erro, de forma que seria impossível para o homem conhecer o mundo real e fazer ciência de maneira verdadeira. A missão de Descartes era justamente legitimar a ciência, demonstrando que o homem poderia conhecer o mundo real. Para encontrar uma certeza inquestionável, Descartes duvidou de tudo.

A dúvida cartesiana é justificada por três argumentos. Primeiramente, a ilusão dos sentidos, ou seja, não poderíamos confiar nos nossos sentidos, os quais são limitados e enganosos. Em segundo lugar, não sabemos distinguir o mundo externo daquilo que é produto de nossa mente (argumento dos sonhos). Em terceiro lugar, há o gênio maligno: quem diz que não há um deus ou um demônio malévolo poderoso e astuto que dedicasse todas suas energias para enganar os homens?

Nesse momento, portanto, criou-se um impasse: como Descartes poderia encontrar certezas irrefutáveis se, ao mesmo tempo, acreditava que deveria duvidar sistematicamente de tudo que se apresentasse para ele? Se, por um lado, Descartes acreditava que o ato de duvidar punha em dúvida até nossos sentidos, por outro, é impossível duvidar do pensamento: afinal, duvidar do pensamento é pensar. Mesmo a possibilidade de um deus enganador pressupõe a existência de um ser pensante que esteja nas garras desse gênio. Dessa forma, nosso pensamento e nossa existência seriam um ponto de partida inquestionável, uma certeza a partir da qual Descartes poderia edificar seu método filosófico.

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