explique a natureza do pensamento empirista e nacionalista proposta por Krant. Estou procurando esta resposta a séculos e não acho. alguém sabe?
Soluções para a tarefa
O ponto fundamental do criticismo kantiano é a solução aplicada ao debate entre racionalistas e empiristas, a chamada Revolução Copernicana da Filosofia. Por um lado, os racionalistas cartesianos acreditavam que todo o conhecimento seguro provinha da razão, que trabalhava com categorias inatas, a priori (antes da experiência). Por outro lado, os empiristas baconianos acreditavam que todo conhecimento provinha das sensações, de modo que o homem nasce como uma tábula rasa.
A crítica kantiana deriva do seguinte fato: o filósofo alemão colocou a própria razão e as possibilidades reais de conhecimento em questão. Isto é, em vez de questionar como eu conheço os objetos, perguntou se o próprio conhecimento é possível. Isso é a chamada filosofia transcendental, aquela que põe a razão no próprio tribunal da razão. Se os iluministas criticaram, com as armas da razão, a economia, a política e a religião, Kant leva o pensamento ilustrado ao seu zênite: nele, a razão critica a si mesma.
Em Kant, o sujeito, através de seus a prioris, de seu aparato subjetivo, determina o objeto de seu conhecimento. Como assim? Em Kant, é como se todos nós estivéssemos com “óculos”, responsáveis pela nossa capacidade de conhecer. Eles encaixam todos os objetos em intuições (como o tempo e o espaço) e em categorias diversas (unidade, pluralidade, causalidade, entre outras). Não é possível ao homem pensar sem esses “óculos”. Kant oferece um mapa de nossas possibilidades de pensar, mostrando os conceitos e os princípios que tornam possível o pensamento. Ele critica, assim, a “ideologia da razão”.
Qual seria a consequência desse pensamento? Não temos condições de conhecer a realidade pura, “a coisa em si”, como ela realmente é. O mundo real, que Kant chama de o mundo dos númenos (coisa em si), é inalcançável para nós, impossível de ser plenamente conhecido pela nossa sensibilidade ou pelo nosso entendimento. Tudo o que conhecemos não é a realidade, mas o que Kant chama de fenômeno, isto é, o objeto na medida em que ele é apresentado, organizado e entendido pelo pensamento. A realidade em si não está condicionada ao sujeito – por isso, é impossível conhecê-la.
O filósofo prussiano, com isso, mostra-nos os limites da razão. Para Kant, os antigos metafísicos (Descartes, Aquino ou Pascal) foram além dos limites da razão para provar a existência da alma, de Deus ou do começo do mundo. Como esses elementos não se encaixam em nossas categorias, não é possível produzir conhecimento sobre eles. O recuo da razão diante de si mesma acaba com a pretensão da metafísica clássica de conhecer “a coisa em si” – tal pretensão é chamada por Kant de dogmática.
Kant, portanto, solucionou o debate entre racionalistas e empiristas mostrando que os dados da experiência (empirismo) são “encaixados” em categorias e intuições a priori (racionalistas). Os elementos a priori e a posteriori do conhecimento são devidamente conciliados.