História, perguntado por Carlos0986, 6 meses atrás

- Explique a filosofia sobre a morte dentro das tradições religiosas indígenas:

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Respondido por bibicandyy
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São Paulo - As religiões ajudam o homem a enfrentar inquietações para as quais a ciência não tem respostas ainda ou para as quais as repostas da ciência não são suficientes. A morte de um ente querido é uma das piores dores que um ser humano pode sentir.

Vivenciar o luto é imprescindível para suportar tanto sofrimento e fazer ressurgir um novo viver, como a terapeuta Adriana Thomaz, especializada no assunto, explica na entrevista sobre o luto, publicada na revista Bons Fluidos.

Abaixo, uma análise do que dizem as religiões sobre a morte e como cada uma delas pode ajudar a superar esse momento.

Budismo

- Vida e morte são uma unidade, não se separam. Tudo, a cada instante, está nascendo e morrendo e logo não há nascimento a ser desejado nem morte a ser rejeitada. Dentro do quadro imenso do universo, os seres estão em movimento e cada um carrega uma personalidade perecível.

O budismo nega o eu eterno. Os seres morrem e renascem abandonando a ideia do que foram. Buda dizia que o corpo morto é uma carroça quebrada e não se deve arrastar uma carroça quebrada, ou seja, devemos nos desapegar dessa forma. O budismo japonês não nega nem afirma categoricamente esse processo.

A vertente tibetana aceita a volta do espírito em outras vidas. Para os discípulos dessa corrente, depois da morte do corpo físico a consciência cumpre 49 etapas em 49 dias, a fim de se reorganizar.

Depois, há o renascimento em algum nível de realidade, seja humano, animal ou inanimado, determinado pelo carma vivido. Se fatos e circunstâncias influenciaram a vida da pessoa, depois da morte continuam a produzir efeitos e consequências na trajetória dela.

Os budistas criam alegorias para entender o que acontece depois desse plano - cada um terá sua própria experiência. Portanto, cabe aqui uma única recomendação: faça o bem a todos os seres.

Afinal, não há criaturas piores ou melhores. Todos somos interligados, cada espécie com sua função e necessidade no mundo.

Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen Budista, em São Paulo.

Candomblé

- O candomblé compreende diversas vertentes. Respondo pelo candomblé contemporâneo, que agrega conceitos de filosofia, psicologia e tradições orientais. Sob tal perspectiva, se o indivíduo leva uma vida imbuída de verdade, o pós-morte será uma extensão de suas ações, portanto, uma passagem confortável, sem julgamentos.  

Tal passagem pode ser facilitada também pela influência dos orixás - entidades que representam o vento, o mar, a mata e assim por diante - e que lhe servem de guias espirituais. Acreditamos no processo evolutivo da reencarnação e na existência de reinos espirituais, para onde se encaminham os mortos, dedicados a cada tradição religiosa.

Essas comunidades interagem, não há fronteiras entre elas. Depois da morte, o tempo é relativo e o espírito pode ser resgatado ou não - tudo dependerá de como usou o livre-arbítrio. Quem realiza esse resgate nas comunidades espirituais são os espíritos de luz, como os velhos, os caboclos, os índios, as pombagiras, que recebem quem chega e também transmitem ensinamentos com vistas à evolução.

Depois de sucessivas reencarnações, o espírito pode optar por servir aos homens encarnados como um ser de luz e não mais retornar à Terra. Ainda assim segue trabalhando pelo próprio aprimoramento.

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