Filosofia, perguntado por ItalooMartiins, 10 meses atrás

Explique a famosa frase “Deus está morto”, bem como as bases de sua crítica à religião.

Soluções para a tarefa

Respondido por cintialucena1
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Friedrich Nietzsche não foi o primeiro a dizer essa frase, mas tornou-se por ela conhecido, porque fez dela sua missão como um filósofo, a fim de responder à mudança cultural dramática que essa expressão descreve. Ao contrário do que muitos pensam (na mania de, junto com a massa, não pensar), Nietzsche não falava do Deus vivo que é imortal, mas do Deus da metafísica, das representações religiosas e culturais, feitas apenas para acalmar as pessoas e impedir que se confrontem com os desafios da condição humana.
Esse Deus em questão é somente uma representação e uma imagem, e como disse Leonardo Boff: “É bom que esse deus morra para liberar o Deus vivo.” Para Nietzsche, a morte de Deus é um grande perigo e também uma grande oportunidade. Ele manifesta essa questão latente em seu aforismo intitulado O louco, que diz assim:
“Nunca ouviram falar do louco que acendia uma lanterna em pleno dia e corria pela praça, gritando: “Eu procuro Deus! Eu procuro Deus!” Mas aqueles que não acreditam em Deus, ficavam rindo, e diziam: “Estará perdido, tal uma criança?”, “Estará escondido?”, “Estará com medo de nós?”, “Terá viajado?”.
O louco então gritou:
– Para onde foi Deus? o que vos direi: Nós o matamos! Vós e eu! Somos nós, nós todos, os assassinos! Mas como fizemos isso? Como esvaziamos o mar? Como apagamos o horizonte? Como tiramos a terra de sua órbita? Para onde vamos agora? Não estamos sempre caindo? Para frente, para trás, para os lados? Mas haverá ainda um acima, um abaixo? Não estaremos vagando através de um infinito Nada? Não sentiremos na face o sopro do vazio? O imenso frio? Não virá sempre noite após noite? Não acenderemos lâmpadas em pleno dia? Não podem ouvir o barulho dos coveiros — enterrando Deus? Ainda não sentiram o fedor da decomposição divina? Os deuses também apodrecem! E Deus morreu! Deus está morto! E nós o matamos!”
(…)
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