Filosofia, perguntado por bbay7107, 5 meses atrás

Experiência e razão

Com efeito, os cientistas [...] declaram aceitar, em primeiro lugar, [que] as lições da experiência se trabalham nas ciências experimentais, ou os princípios da evidência racional se trabalham nas ciências matemáticas. Para eles, a hora da filosofia só chega depois do trabalho efetivo; concebem pois a filosofia das ciências como um resumo dos resultados gerais do pensamento científico, como uma coleção de fatos importantes. Dado que a ciência está sempre inacabada, a filosofia dos cientistas permanece sempre mais ou menos eclética, sempre aberta, sempre precária. [...]



Por seu lado os filósofos [...] consideram suficiente uma meditação deste pensamento coordenado, sem se preocuparem muito com o pluralismo e a variedade dos fatos. [...] Alguns poderão levar suficientemente longe o empirismo para pensarem que a experiência objetiva normal basta para explicar a coerência subjetiva. Mas não se é filósofo se não se tomar consciência, num determinado momento da reflexão, da coerência e da unidade do pensamento, se não se formularem as condições da síntese do saber. E é sempre em função desta unidade, desta coerência, desta síntese, que o filósofo coloca o problema geral do conhecimento. A ciência oferece-lhe então como que uma recolha particularmente rica de conhecimentos bem articulados.

...] Se pudéssemos então traduzir filosoficamente o duplo movimento que atualmente anima o pensamento científico, aperceber-nos-íamos de que [...] o empirismo e o racionalismo estão ligados, no pensamento científico, por um estranho laço, tão forte como o que une o prazer à dor. Com efeito, um deles triunfa dando razão ao outro: o empirismo precisa de ser compreendido; o racionalismo precisa de ser aplicado. Um empirismo sem leis claras, sem leis coordenadas, sem leis dedutivas não pode ser pensado nem ensinado; um racionalismo sem provas palpáveis, sem aplicação à realidade imediata não pode convencer plenamente. O valor de uma lei empírica prova-se fazendo dela a base de um raciocínio. Legitima-se um raciocínio fazendo dele a base de uma experiência. A ciência [...] tem necessidade de um desenvolvimento dialético, porque cada noção se esclarece de uma forma complementar segundo dois pontos de vista filosóficos diferentes.

BACHELARD, Gaston. A filosofia do não. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 3-4. (Os pensadores)

Qual é a crítica que Bachelard faz a empiristas e racionalistas no que diz respeito ao conhecimento científico? Que solução ele propõe?​

Soluções para a tarefa

Respondido por LuluC10
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na minha atividade tem a mesma questão preciso da respostas mas vou procurar no google

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