Existem mais vírus do que estrelas no universo. Por que apenas alguns nos infectam?
Os vírus podem ser encontrados em todos os ambientes do mundo natural: em ebulição na água do mar, flutuando pela atmosfera e à espreita em minúsculos grãos de areia. Geralmente considerados seres não vivos, esses patógenos
só conseguem se replicar com a ajuda de um hospedeiro e são capazes de sequestrar organismos de todos os ramos da árvore da vida — incluindo uma infinidade de células humanas. Existem cerca de dez nonilhões de vírus (10 elevado a 31) em nosso planeta — o suficiente para atribuir um a cada
estrela do universo 100 milhões de vezes. Na maioria das vezes, entretanto, nossa espécie consegue viver relativamente livre de doenças neste mundo repleto
de vírus. O motivo tem menos a ver com a resiliência do corpo humano às doenças do que com as peculiaridades biológicas dos vírus, explica Sara Sawyer, virologista e ecologista de doenças da Universidade do Colorado em Boulder. Esses patógenos são extremamente exigentes quanto às células que infectam, e apenas uma ínfima fração dos vírus que nos cercam realmente representa uma ameaça.Ainda assim, conforme claramente demonstrado pela atual pandemia de covid-19, surtos de novos vírus que afetam os humanos de fato acontecem — e eles não são tão inesperados quanto podem parecer. Para obter previsões melhores e evitar surtos, os cientistas estão estudando as características que podem explicar por que alguns vírus, e não outros, são capazes de infectar humanos. Alguns sofrem mutações com mais frequência, talvez facilitando sua disseminação para novos hospedeiros, enquanto outros surgem após interações entre humanos e animais, que dão aos vírus oportunidade de se deslocarem entre espécies. Quando se trata de epidemias, “padrões podem ser realmente observados”, afirma Raina Plowright, ecologista de doenças da Universidade Estadual de Montana. “E esses padrões são previsíveis.”
O coronavírus e suas consequências para as mais diversas esferas da sociedade têm afetado diretamente a rotina das pessoas pelo mundo. A pandemia é o foco de discussões entre médicos, economistas, políticos e desde o começo do ano de 2020 é o principal assunto da imprensa. Possível tema de redação no Enem, vamos praticar um pouco:
1. Grife os conceitos mais importantes e os pontos fundamentais do texto.
2. Escreva uma redação, destacando a ideia principal da reportagem e aproveite para falar um pouco sobre a pandemia de Coronavírus.
Soluções para a tarefa
1. Grife os conceitos mais importantes e os pontos fundamentais do texto.
- Existem mais vírus do que estrelas;
- Apenas alguns nos infectam;
- Vírus podem ser encontrados em todos os ambientes;
- Seres não vivos;
- Só conseguem se replicar com a ajuda de um hospedeiro;
- Capazes de sequestrar organismos;
- Possuem peculiaridades biológicas;
- Extremamente exigentes quanto às células que infectam;
- Conforme claramente demonstrado pela atual pandemia de covid-19, surtos de novos vírus que afetam os humanos de fato acontecem;
- Alguns sofrem mutações com mais frequência;
- Podem surgir após interações entre humanos e animais.
2. Escreva uma redação, destacando a ideia principal da reportagem e aproveite para falar um pouco sobre a pandemia de Coronavírus.
A ideia principal da reportagem é sobre a grande quantidade de vírus ao nosso redor, mas que poucos são capazes de nos infectar.
Redação envolvendo a ideia central da reportagem e a pandemia do Coronavírus:
a) Título: Desafios no enfrentamento à Covid-19.
b) Introdução: abordar a ideia principal do texto, mencionar o 1º e o 2º tópico frasal.
c) 1º tópico frasal: negligência estatal (demora na compra de vacinas, compra de medicamentos sem comprovação científica...)
d) 2º tópico frasal: falta de cuidado da população (mencionar sobre as festas clandestinas, os negacionismos...)
e) Conclusão: ampliação da cobertura vacinal e campanhas de conscientização.
Existem muitos vírus que cercam as populações, mas nem todos são capazes de infectar os humanos devido à especificidade do contato do vírus com a célula alvo. No entanto, essa baixa quantidade não significa que a sociedade está ilesa de tais ameaças, exemplo disso é a pandemia do Sars-CoV-2 que perdura mais de um ano no mundo e sabe-se que esse vírus possui uma proteína chamada Spike que se liga especificamente ao receptor ACE2 de nossas células. Em relação ao Brasil, é importante mencionar que a Constituição Federal de 1988 garante que saúde é direito de todos. No entanto, observa-se que isso não ocorre na prática, fruto da inoperância estatal e da falta de consciência social. Nesse sentido, tais desafios devem ser superados para que uma sociedade sadia seja alcançada.
Primeiramente, é digno mencionar a inoperância estatal quanto aos percalços que o Brasil enfrenta durante a pandemia do Coronavírus. Sobre isso, o artigo 5º da Constituição Federal aponta que saúde é um direito de todos. No entanto, a demora na compra de imunizantes por parte do governo federal quando quando ainda havia disponibilidade, a recusa da negociação da compra de vacinas - evidenciado pelos jornais - bem como a ultilização de dinheiro público para a compra de medicamentos sem comprovação científica que poderiam ter sido utilizados para compra de mais vacinas e instalação de leitos de UTI, evidencia o descaso do ente público e o rompimento com o que afirma a Carta Magna. Consequentemente, o desempenho do Brasil diante do novo Sars-CoV-2 é dificultado, o que facilita a ocorrência de mutações.
Em segunda análise, a falta de conscientização da população apresenta-se como outro fator preponderante para dificultar o enfrentamento do problema. Sobre essa questão, o filósofo Platão afirma que a coletividade consegue mais que a individualidade amenizar os problemas da vida social. Nesse viés, quando se observa na grande mídia as constantes festas clandestinas, indivíduos que não aceitam a vacinação e que espalham notícias falsas sobre ela, assim como pessoas duvidando da ciência, percebe-se que a concepção platoniana é deturpada. Por conseguinte, os casos de contaminação pela Covid-19 tende a aumentar cada vez mais.
Diante de tais revéses, necessita-se urgentemente que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Ministério da Saúde, ampliem a cobertura vacinal, por meio da compra de mais vacinas contra a Covid-19, a negociação com mais fabricantes desses imunizantes, bem como a instalação de um projeto para o desenvolvimento de vacinas próprias do Brasil, com vistas a garantir o acesso à saúde por todos os brasileiros. Paralelamente, cabe ao Ministério supracitado conscientizar a população, por meio de campanhas nos meios de comunicação de massa, que apontem a importância dos cuidados preventivos contra a doença e os riscos da não adoção de tais medidas, bem como o esclarecimento de fake news sobre as vacinas, com o intuito de mitigar o aumento da propagação da patologia. Assim, será possível conquistar uma sociedade mais saudável.
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