Existem a análise da liquidez tradicional, realizada por meio dos indicadores “clássicos” (liquidez imediata, geral, corrente e seca), e a análise dinâmica, que traz uma visão mais abrangente, a qual, além de trazer as mesmas informações da análise tradicional, traz subsídios que permitem a escolha de ações que irão melhorar os resultados encontrados, ou seja, identifica o que fazer para tornar boa uma situação ruim, e também o que fazer para tornar ótima uma situação boa. Para chegar a tais informações, é necessário avaliar, conjuntamente: a necessidade de capital de giro (NCG), o saldo de tesouraria (T) e o capital de giro (CDG). Veja a fórmula de cada um deles:
• Necessidade de capital de giro: ativo cíclico (ou operacional) – passivo cíclico (ou operacional).
• Saldo de tesouraria: ativo errático (ou de curto prazo) – passivo errático (ou de curto prazo).
• Capital de giro: passivo permanente (ou de longo prazo) – ativo permanente (ou de longo prazo).
Observe que, enquanto as fórmulas de NCG e T subtraem os respectivos passivos dos respectivos ativos, a fórmula de CDG subtrai o ativo do passivo. Isso traz uma informação importante, pois, quando o resultado da fórmula for positivo, a NCG e o T serão aplicações de recursos, enquanto o CDG será a fonte de recursos. E, é claro, quando o resultado for negativo, a situação se inverte: a NCG e o T serão fontes de recursos e o CDG será a aplicação de recursos. Com base nessas informações, comente cada uma das situações a seguir:
a) NCG > 0, CDG < 0, T < 0
b) NCG < 0, CDG < 0, T < 0
c) NCG < 0, CDG < 0, T > 0
d) NCG > 0, CDG > 0, T < 0
e) NCG > 0, CDG > 0, T > 0
f) NCG < 0, CDG > 0, T > 0
Soluções para a tarefa
c) Enquanto as fórmulas da NCG e do T subtraem os respectivos passivos dos respectivos ativos, a fórmula do CDG subtrai o ativo do passivo.
RESPOSTA CORRETA
Esta é a principal diferença entre as fórmulas, o que acaba determinando o que é a fonte e o que é aplicação de recursos.
Embora a resposta não precise conter as mesmas palavras, o importante é observar que a sequência das situações parte da pior (letra a) para a melhor (letra f). Veja cada uma delas:
a) NCG > 0, CDG < 0, t < 0: esta é a pior situação possível, pois ncg precisa ser financiada, mas empresa não dispõe nem de recursos longo prazo (o cdg, o que seria ideal), curto (t) para este fim. depende empréstimos bancários prazo, aumentando seu risco financeiro e seus custos operação.<>>
b) NCG < 0, cdg < t 0: situação ainda complicada, pois, apesar de não depender empréstimos bancários curto prazo, as aplicações longo prazo são financiadas pelo ciclo financeiro. qualquer redução nas vendas ou inadimplência por parte no pagamento seus clientes afetarão diretamente o caixa da empresa.
c) NCG < 0, cdg < t> 0: situação um pouco melhor que a anterior, pois a empresa conta com algum recurso de curto prazo para equilibrar suas contas. Porém, continua exposta a situações de mercado (redução nas vendas ou inadimplência por parte no pagamento de seus clientes).
d) NCG > 0, CDG > 0, T < 0: embora não seja a ideal, pelo menos as contas de longo prazo encontram-se equilibradas, com o próprio cdg financiando ncg. É possível que enfrente, tempos em tempos, dificuldades curto (pela t negativa), mas bom acompanhamento financeiro é suficiente para evitar maiores problemas.
e) NCG > 0, CDG > 0, T > 0: situação muito boa. As contas de longo prazo encontram-se equilibradas, e sobram recursos no curto prazo (T positiva). A única questão é saber como a empresa fará para financiar novos projetos.
f) NCG < 0, cdg> 0, T > 0: situação ótima. Além de existir folga de caixa no curto prazo (T positiva), sobra o capital de giro próprio e a NCG é negativa, tornando-se uma fonte de recursos. Todo o trabalho do administrador financeiro deve ser voltado para manter esta situação.