Artes, perguntado por brenoglozorio, 7 meses atrás

existe alguma diferença entre ser um cantor(a) na cultura indígena e a nossa cultura?
quais?

Soluções para a tarefa

Respondido por emanoellima606
3

Resposta:

A música indígena brasileira é parte do vasto universo cultural e dos povos indígenas que habitaram e sempre habitam o Brasil. Sendo uma das atividades culturais mais importantes na socialização das tribos, a música dos índios brasileiros é uniforme e de grande variedade, tornando impossível um detalhamento extenso no escopo de um único artigo.Os povos indígenas do Brasil perfaziam juntos na época de Cabral cerca de 5 milhões de pessoas. Desde lá a população total declinou violentamente em função do choque contra a cultura portuguesa, que resultou em massacre, escravização e aculturação em larga escala dos índios. E com essa devastação muitas tradições se perderam de forma irreversível. Apesar disso, no que tange à sua música ainda há um enorme campo a ser estudado e compreendido. Apesar de bulas papais, conclusões filosóficas e debates morais de longa memória que denunciavam e condenavam os abusos desde os primeiros tempos da Descoberta do Brasil, a cultura indígena possui uma longa história de repressão.

A música indígena tem recebido alguma atenção do ocidente desde o início da colonização do território, com os relatos de Jean de Léry sobre alguns cantos tupinambá, em 1558 e de Antonio Ruíz de Montoya, cujo extenso léxico inclui um universo de categorias musicais do guarani antigo. Estudos recentes têm-se multiplicado a partir do trabalho de pesquisa de Villa Lobos e Mário de Andrade no século XX, e hoje a música indígena é objeto de estudo e interesse por muitos pesquisadores de todo o mundo, que têm trazido à consciência do homem ocidental uma pletora de belezas naturais da terra.

A Origem e caráter da música indígena

Ao contrário do que se poderia supor, a tradição musical indígena não é um objeto de antiquário, é algo vivo e sempre em mutação, sendo constantemente praticada e renovada, incorporando até mesmo material não-índio, ainda que mantenha seus valores e formas essenciais preservados, e é uma vitrine de suas visões de mundo, cristalizadas em formas sonoras.

A maioria dos povos indígenas associa sua música ao universo transcendente e mágico, sendo empregada em todos os rituais religiosos. A música indígena é ligada desde suas origens imemoriais a mitos fundadores e usada com finalidades de socialização, culto, ligação com os ancestrais, exorcismo, magia e cura. É importante também nos ritos catárticos, quando a música "ao trabalhar com proporções, repetições e variações, instaura o conflito ao mesmo tempo em que o mantém sob controle".

Para alguns povos a música foi um presente dos deuses, entristecidos com o silêncio que imperava no mundo dos humanos. Para outros, a música é tida como originária do mundo dos sonhos, onde vivem os animais míticos e os ancestrais. Ali é conhecida pelas pessoas sem espírito, aquelas que por algum motivo estiveram no limiar da morte e de lá retornaram, tornando-se introdutoras de novas melodias após esse contato com o mundo do além. Menos dramática e mais comumente, a criação de novas músicas se deve aos pajés, que as intuem em seus transes onde estabelecem contato com deuses e ancestrais, ou aos guerreiros mais distinguidos da aldeia, que sonham com elas.

A sua música tem definido caráter socializador, estando presente em festividades grupais e na esfera privada, "sendo um elemento fundamental do processo de construção do mundo social e conceitual, e não como um mero epifenômeno ou reflexo deste". As relações sociais são assinaladas musicalmente, delimitando, por exemplo, faixas etárias, status social, estados afetivos, gêneros sexuais, individualidades e grupos. Por fim, o canto e a dança "cumprem também um papel fisiológico na própria constituição dos estados psíquicos, atualizando a experiência dos eventos míticos". Nesse sentido social, a música indígena parece ser predominantemente coletiva, sendo que os casos de cantores solitários ou de estruturas melódicas mais variadas são considerados, por alguns, influências de outras culturas, em muitos casos africanas.

A música indígena, no entender de Ana Rodgers, é acima de tudo "qualitativa, no sentido que privilegia as qualidades sonoras em detrimento da dança infinita das permutações vazias e desencarnadas das notas singulares e dos modos específicos, próprios ao tonalismo pós-barroco. Ao contrário.... na música indígena (nem propriamente modal, muito menos tonal no sentido moderno), o timbre, a pulsação e a forma de execução, a postura dos músicos de um modo geral, ocupam parte do lugar dos modos na música modal. Tudo isso e muito mais (o contexto social e cosmológico no qual ela é executada) informam sobre os afetos e a qualidade dessa produção sonora".

Explicação:

espero ter ajudado, leia pode ajudar, bons estudos


brenoglozorio: caraca
brenoglozorio: acho q n vai cabe na minha atividade mais ok
Perguntas interessantes