Exercício de Redação
Cecília Meireles
Mariazinha fez sete anos e foi matriculada na escola.
A escola fica bastante longe de casa, e Mariazinha faz uma longa caminhada, todas as manhãs, carregando uma ardósia, um lápis, uma cartilha e um caderno.
O único defeito de Mariazinha é ser muito pobre (isso é defeito, professora?).
Por ser muito pobre, Mariazinha recebe merenda e uniforme da escola. Se a escola pudesse, dava-lhe um par de sapatos, porque os seus estão muito velhos.
A professora gosta muito de Mariazinha. Ela tem lindos olhos castanhos, cabelos crespos, e está mudando os dentes, o que a torna muito engraçada.
Os pais de Mariazinha também gostam muito da escola e da professora, porque, além de ganhar uniforme e merenda, a menina aprendeu várias letras em três meses e está na lista dos que vão ser alfabetizados este ano.
Está, não – estava: porque aconteceu uma coisa muito triste.
Ontem, Mariazinha foi para a escola, como de costume, acompanhada por uma vizinha que leva, todos os dias, várias crianças.
Mariazinha estava muito animada. Fez um exercício muito caprichado.
Apenas uma coisa a incomodava: é que a presilha do sapato estava descosida e o sapato caía do pé.
A professora ainda disse: “Você vai ganhar um par de sapatos, Mariazinha”. E ela sorriu, encantada (um par de sapatos custa trinta cruzeiros).
Quando Mariazinha saiu da escola, as outras crianças, suas companheiras, foram andando com o portador; mas, como o sapato saía do pé, Mariazinha abaixou-se à porta da escola para ver se consertava ainda uma vez a presilha.
Foi quando o policial apitou. O automóvel não pôde parar, deu uma volta pela rua, apanhou Mariazinha, jogou-lhe para longe a ardósia, o lápis, o caderno e a cartilha. Mariazinha morreu no hospital.
O motorista disse que a culpa foi do guarda, que apitou quando o automóvel já vinha perto demais.
O guarda disse que a culpa foi do motorista, porque vinha com excesso de velocidade.
Os vizinhos disseram que a culpa foi da rua, porque não tem sinal de parada, que se aviste de longe.
As outras crianças disseram que a culpa foi de Mariazinha, porque ficou sentada na pedra, em lugar de ir logo para casa.
Os pais de Mariazinha não disseram nada, porque ficaram como loucos, sem entender como é que a menina podia estar morta.
A professora de Mariazinha achou que a culpa foi da presilha do sapato, que estava descosida e não a deixava andar. E dizia, inconsolável: “Por que não lhe dei logo um par de sapatos? Por que não consertei aquela presilha? Por que não temos uma agulha grossa, para dar um ponto no sapato? Por que não acreditamos que as pequenas coisas podem ter grandes efeitos?”
Mas houve outras pessoas que acharam que o que tem de acontecer tem muita força, e que o sapato tinha de estar descosido, para Mariazinha morrer daquela maneira.
A escola é muito pobre. Não pode distribuir calçado.
As crianças levaram flores para Mariazinha morta. Custaram cinquenta cruzeiros.
"Mariazinha fez sete anos e foi matriculada na escola", tem voz verbal igual a que se manifesta na locução destacada, em:
A) todos consideraram sua proposta inviável
B) Os pais a maricularam na escola assim que ela fez sete anos.
C) Nosso amugo foi a reunião como representante dos estudantes
D) O técnico conseguiu motivar a equipe para conquistar o troféu
E) O piloto estava cercado de admiradores, por ocasião da entrevista coletiva
ME AJUDEM É DA PROVAAA
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:tenta a letra e
Explicação:confia
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