Exemplos de organizações que lutam pela reforma agrária, é oque elas defendem ? ( sem ser a MST)
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Resposta:
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) é uma organização criada na década de 1980, na região de Cascavel, no estado do Paraná, com o intuito principal de organizar um grupo camponês para se unir em favor da luta pela terra e pela reforma agrária, além de alavancar as transformações sociais que se faziam necessárias para o país. Era, inicialmente, um grupo formado por posseiros que tinham sido limitados por barragens, meeiros, pequenos agricultores, migrantes, etc. Porém, os líderes e fundadores do MST, consideram injusta a afirmação de seu movimento ter surgido nessa época, pois dizem ter a semente lançada pelos primeiros indígenas que lutaram contra a mercantilização de suas terras pela coroa portuguesa e posteriormente movimentos como os quilombos e Canudos.
Porém, a ideia de um movimento organizado, especificamente para esse fim, foi realmente concebida em Cascavel nos anos 80.
O MST tem vertentes filosóficas fundamentadas no marxismo e no cristianismo progressista (ou teologia da libertação).
Entre as inúmeras causas defendidas pelo MST, a principal é embasada na promoção da justa e igualitária reforma agrária no Brasil, com todas essas outras causas, convergindo sempre para a equidade em distribuição de terras. Veja mais algumas:
Defendem a reforma agrária de maneira que seja realizada com ampla participação popular, principalmente da parte mais interessada, que são os camponeses sem acesso às terras. Garantir, assim, a posse e o uso de todas as comunidades originárias da terra e migrantes de outras regiões com escassez de recursos agrários;
O acesso das famílias camponesas à educação de qualidade; a cultura e os meios de valorização humana, promovendo a inclusão social através do esporte cultura e lazer;
O combate à violência sexista, que é comum em comunidades normalmente patriarcais e sem a devida informação sobre a causa, defendem a igualdade de gêneros nas mais diversas áreas, principalmente na profissiologia, a qual se observa a imensa disparidade entre a remuneração de homens e mulheres, além da violência física e do assédio sexual que ainda são latentes em nossa sociedade;
A democratização da comunicação, defendendo que o povo tem direito de organizar seus próprios meios de comunicação social, sendo obrigação do Estado fornecer os meios necessários para essa organização;
Uma saúde pública de qualidade, visando garantir e defender o direito a esse bem a toda a população, promovendo políticas públicas que visem uma soberania, de segurança alimentar de qualidade de vida dignas, como meios de prevenção de doenças decorrentes da falta de tais direitos. Defendem a ampliação e o melhoramento do Sistema Único de Saúde, além da implantação e ampliação dos programas de saúde da família, também como medidas preventivas ao invés de paliativas;
Defendem uma política de desenvolvimento que atenda primeiramente às necessidades e os interesses da população, de forma que promova uma melhor qualidade de vida às classes sociais mais carentes de recursos.
Um sistema político que tenha mais participação popular nas mais diversas instâncias e esferas governamentais;
Defendem a soberania nacional e popular, de forma que todas as riquezas naturais, minerais, os recursos da biodiversidade, a água e os recursos de produção alimentar seja um direito exclusivamente brasileiro, vetando o direito de exploração de outros países, além de um controle maior por parte do Estado sobre a exploração desses recursos pelas multinacionais e empresas diretamente ligadas a essa exploração, visando uma sustentabilidade. Além de instaurar uma auditoria na dívida externa do país, para que se esclareçam de maneira a elucidar o problema de forma transparente.
Um ponto importante na proposta de reforma agrária do MST é a estipulação de um limite máximo para todas as propriedades rurais de acordo com a escala de produção e o atendimento de demandas que a terra proporciona. Isso, como uma forma de estabelecer um limite racional, para o uso social e justo da terra.
O movimento defende uma organização da produção agrícola nacional com um objetivo central para a produção de alimentos saudáveis, sem utilização de agrotóxicos ou alimentos transgênicos (ou seja, geneticamente modificados). Acreditam que assim, estabelecerão o que chamam de princípio da soberania alimentar.