Sociologia, perguntado por jordana1686, 10 meses atrás

exemplos de difusao cultural entre Brasil e Eua​

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Respondido por GeovanaPS6B
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Resposta:

(Resposta abaixo)

Explicação:

A política externa brasileira experimentou um de seus períodos mais ambiciosos entre 1952 e 1955, quando foram fundadas cátedras na área de Estudos Brasileiros em renomadas universidades estrangeiras, para divulgar culturalmente o país. A iniciativa, que levava intelectuais brasileiros para ocupar as cátedras, foi estudada pela primeira vez na historiografia com as pesquisas de pós-doutorado de Thiago Lima Nicodemo, realizadas no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP).

As duas pesquisas de Thiago, com foco no mesmo tema, tentam compreender, segundo ele, “a missão de divulgação cultural do Brasil na América e na Europa, entre os anos 1930 e 1950”. Esse processo ganhou maior estrutura quando a Divisão Cultural do Itamaraty, ligada ao Ministério das Relações Exteriores e responsável pela política cultural externa do país, deu ênfase ao projeto de fundação de cátedras de Estudos Brasileiros em cerca de 15 universidades no exterior, entre 1952 e 1955.

Para Thiago, “há pouquíssimas evidências de projetos como esse na diplomacia cultural brasileira”. Esse esforço do Itamaraty nos anos 1950 unificou, num projeto centralizador e institucionalizado, várias iniciativas difusas de divulgação cultural das décadas anteriores.

Além das cátedras, o projeto também previa a fundação de centros de estudos culturais nos moldes dos institutos Goethe e Cervantes, da Alemanha e da Espanha, respectivamente. Segundo Thiago, “o projeto ocupou papel central na política de difusão cultural brasileira nos anos 1950”.

O pesquisador explicou que a criação das cátedras se deu num contexto de disseminação de institutos de estudos latino-americanos nos Estados Unidos, a partir dos anos 1940, quando este país buscava sedimentar sua influência na América Latina. Ao mesmo tempo, numa espécie de contra-ataque, a Europa se aproximava da América Latina por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), após a Segunda Guerra Mundial, num movimento de cooperação intelectual internacional e de promoção da paz e do entendimento entre as nações. Para Thiago, no pós-Segunda Guerra, “enxergava-se que a cultura brasileira poderia contribuir para a revisão de narrativas etnocêntricas e eurocêntricas, algo promovido pela pela própria Unesco”.

Em 1952, o governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, enviou convites a cerca de 15 universidades de prestígio na América e na Europa, oferecendo a implementação das cátedras. “O ministério indicava o nome de importantes professores, além de fomentar o projeto, oferecendo-o sem ônus aos países, pois era responsável pelo salário dos intelectuais”, explicou Thiago.

Thiago chamou a atenção para a presença de países da América Latina no projeto. Para o pesquisador, “a ideia do Brasil como potência e como país do futuro não foi um discurso de afirmação cultural promovido somente dentro do país ou nos espaços externos de dependência, como Europa e Estados Unidos, mas também nas zonas de influência do Brasil, onde o país detinha certa proeminência cultural, como em alguns países da América Latina”. Abaixo encontram-se as universidades e professores contemplados, inicialmente, no projeto do Itamaraty.

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