Exemplos de como o etnocentrismo afetou as relações entre as nossas matrizes culturais originárias
Soluções para a tarefa
Resposta:
Exemplos de etnocentrismo
A colonização das Américas iniciou-se sustentada sobre um viés etnocêntrico. Aliás, qualquer movimento que se pretenda colonizador em um local habitado por outros seres humanos é etnocêntrico. Um trecho da carta escrita por Pero Magalhães Gândavo, historiador português do século XVI, para o Rei de Portugal, exemplifica a visão etnocêntrica dos portugueses sobre os brasileiros:
Explicação:
“[...] a língua de que usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (…) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente”
Essa visão expõe uma hierarquização de culturas que inferioriza os povos nativos do Brasil e estabelece o ponto de vista europeu como o superior arbitrariamente. Os portugueses consideravam o modo de vida tribal como desordenado porque eles buscavam deliberadamente apenas o modo europeu de viver como referencial cultural.
No Brasil o etnocentrismo prevalece ainda hoje, pois o homem branco que aqui vive ainda enxerga o indígena como alguém atrasado socialmente. Também vemos manifestações etnocêntricas por aqui ao percebermos os habitantes dos estados das regiões Sul e Sudeste do país acharem-se mais desenvolvidos cultural ou socialmente que os habitantes das regiões Norte e Nordeste.
Outro exemplo de etnocentrismo que ainda existe em nosso tempo é a visão de que o continente africano é atrasado, devastado por mazelas e pela fome. Se ainda há fome, miséria e doenças na África subsaariana, isso é consequência da exploração europeia que, além de tomar os recursos naturais daquele continente, estabeleceu uma divisão de Estados nacionais que forçou tribos rivais a conviverem juntas, ocasionando guerras civis sangrentas e intermináveis.
Um exemplo marcante de etnocentrismo ocorreu no governo nazista de Hitler, na Alemanha, que julgou existir uma superioridade da suposta raça ariana branca em relação às demais, o que justificava a apreensão, a expulsão e até a morte de povos de outras origens, em especial os judeus.