Filosofia, perguntado por cavalcanterc14, 1 ano atrás

exemplo de consciência de classe​

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Respondido por Usuário anônimo
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Para o marxismo , as classes sociais são expressões da exploração, dominação e desigualdade impostas pelas relações econômicas do modo de produção

capitalista. Entretanto, se pergunta Marx , por que os trabalhadores não se revoltam contra a condição de exploração na qual vivem? A resposta se dá em termos ideológicos: para Marx, a classe que domina os meios de produção é também a que domina a superestrutura política e ideológica, fazendo com que a exploração que ela exerce não seja percebida como tal pelos dominados. Sempre que a classe trabalhadora assume para si o discurso dominante da

burguesia de que a desigualdade social seria natural e eterna, ela produz uma “falsa consciência” da situação de classe. A ideologia dominante seria mais eficaz quanto maior fosse sua capacidade de esconder a origem da divisão social e o antagonismo entre as classes.

Porém, o antagonismo entre as classes só assumiria um significado político no momento em que o conflito ultrapassasse a mera oposição entre o operário e o capitalista, ou entre os trabalhadores de uma fábrica e o seu patrão, e se convertesse num conflito generalizado, entre toda a burguesia e todo o proletariado. Isso só seria possível a partir da tomada de consciência da classe proletária e a consequente organização política dos interesses de todos aqueles que se encontram na mesma posição dominada no processo produtivo.

No livro “ A Ideologia Alemã ”, Karl Marx e

Friederich Engels afirmam que os indivíduos só formam verdadeiramente uma classe quando assumem a consciência da sua condição de exploração e se comprometem na luta comum contra a classe dominante. Marx e Engels chamam uma classe que alcançou essa consciência de “classe para si”; ao contrário, quando tal consciência não existe, os trabalhadores constituem apenas uma “classe em si”, incapaz de expressar reivindicações políticas coletivas.

A mudança da “classe em si” para a “classe para si” não acontece de maneira automática. A situação de subordinação econômica no processo produtivo não garante necessariamente a formação da

consciência de classe; ou seja, a tomada subjetiva de consciência não é mero reflexo da situação objetiva da condição de classe.

É por isso que, em suas análises, Marx acreditava que entre o campesinato seria muito mais difícil o desenvolvimento da consciência de classe do que entre os operários de uma grande fábrica capitalista, pois a própria dinâmica de acumulação do capital promovida pela

revolução industrial teria exigido a intensa concentração da exploração dos trabalhadores no espaço fabril, que por sua vez ofereceria condições mais favoráveis ao desenvolvimento de uma solidariedade de interesses de classe e a emergência de organizações operárias como conselhos, sindicatos e partidos.

O conceito de “consciência de classe” foi central na ação política de militantes comunistas no século XX para traçar suas estratégias revolucionárias. Lênin , por exemplo, defendia que os intelectuais deveriam auxiliar a classe trabalhadora a alcançar uma consciência de classe e se organizar politicamente através de um “novo tipo de partido”, composto por revolucionários profissionais, que por estarem fora do processo de produção imediato, estariam em melhores condições de compreender a sociedade burguesa e suas relações de classe em sua totalidade. Em contraste à concepção leninista, Rosa Luxemburgo deu destaque ao papel da experiência cotidiana da luta de classes na formação espontânea da consciência de classe.

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