História, perguntado por marlloncoelho086, 11 meses atrás

“Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil”. (Alvará de liberdade para as indústrias). (1º de Abril de 1808). In: Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado). Com a chegada da Família Real, o Brasil recebeu a permissão de ter as suas próprias indústrias, por que este projeto industrializante não deu certo neste período?

Soluções para a tarefa

Respondido por juscelino765
103

Resposta:

A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.

Explicação:

O contexto da fuga da Corte portuguesa encontra-se associado ao conflito entre franceses e ingleses no início do século XIX. Napoleão Bonaparte, incapaz de dominar a Inglaterra militarmente, estabeleceu o Bloqueio Continental (1806), ordenando que os países da Europa continental não realizassem trocas comerciais com os ingleses. Contudo, os governantes portugueses não podiam atender a essas ordens, tendo em vista que os comerciantes portugueses possuíam intrínsecos laços de dependência com o mercado inglês. E, caso obedecesse às ordens de Napoleão, a marinha inglesa teria condições de atacar as colônias portuguesas, como o próprio Brasil. Dentro dessa conjuntura geopolítica, a Corte portuguesa fugiu para o Brasil escoltada por navios ingleses, chegando ao Brasil em janeiro de 1808. Com a instalação da Corte no Rio de Janeiro, D. João estabeleceu uma série de medidas, como o fim do monopólio comercial - abertura dos portos para “nações amigas” - e a autorização para instalação indústrias no Brasil. Porém, os ingleses se aproveitaram desse contexto de fragilidade de Portugal e pressionaram a Corte para assinar o Tratado de Comércio e Navegação de 1810, que beneficiava significativamente os industriais e comerciantes ingleses. Isto porque as taxas de importação de produtos ingleses eram de apenas 15%, contra 16% dos produtos portugueses e 24% de produtos de outros países. Como resultado, houve um aumento considerável na importação de produtos ingleses - como sapatos, tecidos, talheres, guarda-chuvas, ferramentas, charutos, etc - no mercado brasileiro. Logicamente, a Inglaterra não estava interessada que o Brasil passasse a instalar indústrias e, por consequência, produzir internamente os produtos que as indústrias inglesas poderiam ofertar. Logo, o interesse inglês no mercado consumidor da colônia portuguesa, aliado a outros fatores (como a escassez de capital e mão-de-obra especializada), contribuiu para que o projeto industrializantes de D. João não obtivesse êxito.

Fonte: AgoraVaiENEM


edfigsilva: correto desafii nota Máxima
Perguntas interessantes