Eu, etiqueta. Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome estranho./ Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida./ Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. [...]/ Estou, estou na moda./ É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. [...]/ Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente)./ E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação./ Não sou – vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender [...]/ Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem./ Já não me convém o titulo de homem, meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. (Carlos Drummond de Andrade, O corpo). Assinale a alternativa correta: A) O poema indica que a publicidade auxilia os indivíduos a alcançarem uma existência autêntica não determinada. B) O poema de Drummond indica que a propaganda comercial não exerce nenhuma influência sobre o comportamento dos indivíduos. C) O poema faz uma sátira aos excessos da publicidade que acaba determinando o comportamento e transformando os seres humanos em meros objetos utilizados em anúncios comerciais. D) O poema celebra a satisfação que a propaganda traz aos homens. E) Todas as alternativas estão corretas.
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Resposta:
C) O poema faz uma sátira aos excessos da publicidade que acaba determinando o comportamento e transformando os seres humanos em meros objetos utilizados em anúncios comerciais.
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No trecho: “E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria”, Drummond mostra o impacto que o consumismo traz em nossas vidas, nos mergulhando em um universo que grita “para ser parte de algo, para ser alguém, você precisa usar, comprar e consumir“ (C).
Descobrindo mais sobre o poema "Eu, etiqueta", de Carlos Drummond de Andrade
- Em “Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher”, ele nos faz pensar se somos o que somos por vontade própria ou se fomos moldados pelas marcas.
- O eu-lírico transmite a ideia de que não temos mais a capacidade de sermos quem queremos ser, de que acabamos cedendo nossa personalidade em troca de aceitação.
- "Eu, etiqueta" traz um novo pensamento sobre o que e quem nós realmente somos, além de um alerta sobre como perdemos nossa liberdade para o consumismo. Na visão da sociedade, somos apenas matéria, um produto que vai variando conforme o tempo passa.
Saiba mais sobre Drummond em: brainly.com.br/tarefa/20491784
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