Português, perguntado por Docinhotaehyung, 1 ano atrás

Estou estudando para a minha prova e queria um resumo sobre o 1 capítulo de português que fala sobre "Narrativa Mitica"

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Respondido por Bica007
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RESUMO Os estudos que relacionam jornalismo e narrativa mitológica em geral adotam uma perspectiva crítica, que associa as manifestações do simbólico-mítico nas notícias a um mecanismo de manutenção do status quo e de aprisionamento dos indivíduos em visões de mundo pré-moldadas. Este artigo problematiza essa abordagem e sugere como alternativa o diálogo com a teoria do imaginário, que permite deslocar o foco da dimensão ideológica e instrumental dos mitos para seu potencial de estimular a criação imaginativa e a transformação concreta da realidade. A proposta é colocar em relevo a potência inventivo-criativa e a riqueza semântica da simbologia mítica em detrimento da força homogeneizadora e inercial frequentemente atribuída aos mitos no âmbito das pesquisas em jornalismo. PALAVRAS-CHAVE: jornalismo; narrativa; mito; ideologia; imaginário. TEXTO DO TRABALHO Durante as décadas de 1970 e 1980, os estudos culturais americanos e britânicos deram grande atenção para as relações entre jornalismo e mito (LULE, 2001). Desde então, a narrativa mitológica consolidou-se como fator fundamental para a compreensão do fenômeno jornalístico. E, ainda que o interesse pelo assunto atualmente seja menor, diversos estudos3 têm sido desenvolvidos, sobretudo no exterior, com foco na dimensão simbólico-mítica das notícias4 . Sem pretensões de demarcar quando e com que autores essa abordagem teve início, pode-se apontar como um de seus precursores o americano James Carey. Em artigo seminal sobre a comunicação como forma de cultura, de 1975, o pesquisador propõe que o jornalismo seja apreendido não como mera transmissão de informações, mas como um ritual que une produtores e receptores e Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul  – Novo Hamburgo – RS  17 a 19 de maio de 2010 2 compartilhadas. Nesta perspectiva, as notícias deveriam ser compreendidas como sistemas simbólicos; mais que ensinar algo novo, elas representariam e reforçariam visões particulares de mundo, contribuindo para a conformação e organização de um edifício cultural ordenado e único. Além de Carey (1975), contribuem para alicerçar o entendimento do jornalismo como narrativa mítica Barthes (1973), ao propor que a narrativa é universal e se faz presente em todos os tempos, sociedades, classes e lugares; e White (1980), ao comparar a narrativa a uma espécie de meta-código humano universal, que molda a realidade em estruturas de significados trans-históricas e transculturais, facilmente reconhecíveis e assimiláveis pelos indivíduos. Em texto de 1988, de caráter metanalítico, Bird e Dardenne sistematizam e discutem algumas das ideias centrais que fundamentam as comparações entre narrativa mitológica e jornalismo, revelando uma expressiva produção científica sobre o tema. Com base nos trabalhos de uma série de pesquisadores, os autores argumentam que as notícias ocupam, na contemporaneidade, o lugar de modelo de cultura reservado aos mitos nas sociedades arcaicas, uma vez que (a) codificam as informações sob a forma de histórias; (b) se referem ao particular para representar o universal; (c) atribuem significados simbólicos aos fatos; (d) explicam a nossa condição no mundo; (e) normalizam valores; e (f) unificam as pessoas em torno de uma matriz comunal de sentidos. As analogias entre jornalismo e narrativa mítica ganham novo fôlego com o estudo de Jack Lule (2001, 2005) sobre os arquétipos presentes no jornal The New York Times. Tal como Bird e Dardenne (1988), o autor explora as similitudes entre mito e notícia: tanto um quanto outra (a) tratam de eventos reais5 ; (b) contam histórias de interesse público voltadas para a coletividade; (c) repetem ritualmente as mesmas temáticas; e (d) informam e orientam a sociedade. O objetivo de Lule, ao traçar esse paralelo, é demonstrar que as notícias são herdeiras legítimas dos mitos; ao contar e recontar as narrativas culturais que sempre acompanharam a humanidade, elas partilham crenças, medos e angústias, ajudam o homem a dar sentido a seu tempo e a seu mundo e delineiam os contornos normativos indispensáveis para a preservação da ordem social. 




Docinhotaehyung: Thank You
Bica007: Por nada!
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