esse é um poema de lamento do eu poético , que migra de sua terra natal em razão da seca do nordeste . Esse lamento é o mesmo de muitos nordestino que se veem obrigados a migrar para o sul do país .a) destaque as expressões que se referem ao lamento de quem migra . b) transcreva as expressões que marcam a terra de Patativa do Assaré . poema a triste partida
Soluções para a tarefa
Em se tratando do poema Triste partida, podemos compreender que:
a) No seguinte trecho do poema podemos analisar o momento em que o personagem realiza a sua partida: "Ele segue outra tria
Chamando a famia"
b) Podemos afirmar que as seguintes expressões podem ser evidenciadas por marcarem além de caracterizarem a terra em que o personagem vive: "Mas nada de chuva", "O sol bem vermeio", "A seca terrível".
O poema de lamento mencionado no enunciado da questão, de título "Triste Partida", foi escrito por Patativa do Assaré.
a) Lamento de quem migra
Logo abaixo, no poema, as expressões que se referem ao lamento de quem migra foram destacadas. São as seguintes:
- Chegou o triste dia;
- Partido de pena;
- Tão triste, coitado;
- Falando saudoso;
- Com choro e gemido;
- O pai, pesaroso.
Em todas elas podemos verificar o pesar sentido por quem precisa migrar de sua terra.
b) Características da terra de Patativa:
Em seguida, no poema, encontram-se sublinhas as expressões que marcam a terra de Patativa do Assaré. São elas:
- Do seco Nordeste;
- O sol bem vermeio;
- Sem chuva na terra;
- A seca terrível;
- Tão seca mas boa.
Todas elas enfatizam a seca enfrentada pela região do Nordeste do Brasil.
Confira no poema:
Meu Deus, meu Deus. . .
Setembro passou / Outubro e Novembro / Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós, / Meu Deus, meu Deus / Assim fala o pobre
Do seco Nordeste / Com medo da peste / Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai
A treze do mês / Ele fez experiência / Perdeu sua crença
Nas pedras de sal, / Meu Deus, meu Deus / Mas noutra esperança
Com gosto se agarra / Pensando na barra / Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai
Rompeu-se o Natal / Porém barra não veio / O sol bem vermeio
Nasceu muito além / Meu Deus, meu Deus / Na copa da mata
Buzina a cigarra / Ninguém vê a barra / Pois a barra não tem
Ai, ai, ai, ai
Sem chuva na terra / Descamba Janeiro, / Depois fevereiro
E o mesmo verão / Meu Deus, meu Deus / Entonce o nortista
Pensando consigo / Diz: "isso é castigo / não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai
Apela pra Março / Que é o mês preferido / Do santo querido
Senhor São José / Meu Deus, meu Deus / Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito / Lhe foge do peito / O resto da fé
Ai, ai, ai, ai
Agora pensando / Ele segue outra tria / Chamando a famia
Começa a dizer / Meu Deus, meu Deus / Eu vendo meu bur r0
Meu jegue e o cavalo / Nós vamos a São Paulo / Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai
Nós vamos a São Paulo / Que a coisa tá feia / Por terras alheia
Nós vamos vagar / Meu Deus, meu Deus / Se o nosso destino
Não for tão mesquinho / Cá e pro mesmo cantinho / Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai
E vende seu bur r0 / Ju ment0 e o cavalo / Inté mesmo o galo
Venderam também / Meu Deus, meu Deus / Pois logo aparece
Feliz fazendeiro / Por pouco dinheiro / Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai
Em um caminhão / Ele joga a famia / Chegou o triste dia
Já vai viajar / Meu Deus, meu Deus / A seca terrível
Que tudo devora / Lhe bota pra fora / Da terra natá
Ai, ai, ai, ai
O carro já corre / No topo da serra / Oiando pra terra
Seu berço, seu lar / Meu Deus, meu Deus / Aquele nortista
Partido de pena / De longe acena / Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai
No dia seguinte / Já tudo enfadado / E o carro embalado
Veloz a correr / Meu Deus, meu Deus / Tão triste, coitado
Falando saudoso / Seu filho choroso / Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai
De pena e saudade / Papai sei que morro / Meu pobre cachorro
Quem dá de comer? / Meu Deus, meu Deus / Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato? / Com fome, sem trato / Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai
E a linda pequena / Tremendo de medo / "Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?" / Meu Deus, meu Deus / Meu pé de roseira
Coitado, ele seca / E minha boneca / Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai
E assim vão deixando / Com choro e gemido / Do berço querido
Céu lindo azul / Meu Deus, meu Deus / O pai, pesaroso
Nos filho pensando / E o carro rodando / Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai
Chegaram em São Paulo / Sem cobre quebrado / E o pobre acanhado
Procura um patrão / Meu Deus, meu Deus / Só vê cara estranha
De estranha gente / Tudo é diferente / Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai
Trabaia dois ano, / Três ano e mais ano / E sempre nos prano
De um dia vortar / Meu Deus, meu Deus / Mas nunca ele pode
Só vive devendo / E assim vai sofrendo / É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai
Se arguma notícia / Das banda do norte / Tem ele por sorte
O gosto de ouvir / Meu Deus, meu Deus / Lhe bate no peito
Saudade lhe molho / E as água nos óio / Começa a cair
Ai, ai, ai, ai
Do mundo afastado / Ali vive preso / Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão / Meu Deus, meu Deus / O tempo rolando
Vai dia e vem dia / E aquela famia / Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai
Distante da terra / Tão seca mas boa / Exposto à garoa
À lama e o paú / Meu Deus, meu Deus / Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo / Viver como escravo / No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai
Conheça Patativa do Assaré: https://brainly.com.br/tarefa/9909386
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