Filosofia, perguntado por sacoutomonteiro, 4 meses atrás

Essa obra chama Toalhas – Frutas Podres, da artista gaúcha Rochelli Costi – O que significa dizer que essa obra é linda mesmo sendo feita de frutas podres? O que significa ter sensibilidade? Descreva a sua compreensão sobre a obra e o conceito de sensibilidade artístico. (Texto 08 a 10 linhas)​

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Respondido por AnthonioJorge
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A estética é o campo da filosofia que estuda a aisthésis (sensação): Belo, Arte e Sublime são alguns dos seus principais objetos. Entre os vários filósofos, peguemos a definição de Kant.

Kant define assim o termo estética: “aquilo que é puramente subjetivo na representação de um objeto, isto é, o que constitui a sua relação ao sujeito, e não ao objeto, é a sua qualidade estética”. Desse ponto de vista distingue duas modalidades de juízo sintéticos: uma referente ao belo, outro ao sublime.

Analisemos, aqui, o Belo. Antes contudo, surge um problema:

  • o juízo do gosto é sempre singular, enquanto os conceitos são sempre gerais.

Aquele é subjetivo, enquanto o conceito deve ser objetivo. Trata-se aqui de uma universalidade estética e não lógica. O que nos autoriza a universalizar assim o nosso juízo é que o juízo de gosto precede e determina o sentimento de agrado e neste juízo sentimos uma harmonia natural, não fundada em conceitos, entre a nossa imaginação e o nosso entendimento, entre nossas faculdades sensíveis e nossas faculdades intelectuais, harmonia que deve ser válida também para cada qual e, por conseguinte, ser comunicável universalmente.

A noção de belo deve manter-se independente de todo conceito, como o de “perfeição” ou “bem”, pois isso indicaria uma finalidade objetiva, o que estaria em contradição com a qualidade fundamental do juízo estético, que consiste em ser ele subjetivo.

De um lado, a subjetividade do gosto. Do outro, sua universalidade. Kant assim resolve: a pretensão à universalidade dos juízos de gosto se fundamenta num conceito, não porém num conceito de conhecimento determinável; com efeito, ele se funda num conceito que não pode ser determinado por uma intuição, pois do contrário seria um conceito de conhecimento; em realidade, ele não é senão “o puro conceito racional do suprassensível que se encontra à base do objeto (como do sujeito que julga) enquanto objeto sensível e, portanto, enquanto fenômeno”.

É assim que Kant busca resolver tal questão, lembrando, também, que o belo é o símbolo do bem moral, para ele. E é somente desse ponto de vista (de uma relação que é natural a cada qual, e que cada qual também espera dos outros como um dever) que ele agrada e reclama o assentimento de todos os outros.

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