Espiritualidade e mística
Tanto a Espiritualidade como a mística, são fenômenos universais. Florescem em todas as religiões e caminhos espirituais como experiência de intimidade com o divino. Há muitos séculos, as religiões se cruzam e se descruzam, se influenciam mutuamente e, infelizmente, muitas vezes, têm se guerreado de forma estúpida e anti-espiritual. Em um mundo globalizado como o nosso, a separação entre Oriente e Ocidente é cada vez mais tênue e as diversas tradições se complementam. Em geral, nas tradições espirituais, tanto do Oriente como do Ocidente, existem três níveis de mística.
A mística do cosmos: onde nos deparamos com as pessoas que encontram o mistério divino, com a união com o transcendente na relação e na comunhão com a natureza. Na antiguidade, se desenvolveu a Astrologia e a adoração dos astros. Hoje, a religião da Wicca recupera os cultos à Lua e a religião céltica, os rituais de adoração da terra e de suas forças ocultas. As religiões negras e indígenas sempre encontram a Deus na comunhão com suas manifestações no rio, na pedra, na água, etc. Assim como o Candomblé, o fiel recebe um Orixá e fica por ele transformado, o objetivo desta linha de mística é energizar o ser humano, ajudar a recuperação da saúde do corpo e da alma na profunda união e as vezes mesmo fusão entre pessoa e pedra, ou rio, ou montanha…
Das grandes religiões orientais, as que são comumente chamadas com o nome de “hinduismo” são, de fato, tradições diversas como o Brahmanismo, o Vishnuísmo e outras. Eram cultos locais nos quais cada aldeia tinha sua divindade, muito ligada à natureza. Essas tradições muito antigas foram escritas em livros sagrados, os Vedas, que contam guerras de heróis míticos que simbolizam as forças mais profundas do íntimo de cada ser humano. A base comum a muitas destas tradições é o que chamam de “sanatana-dharma”, a ordem eterna. Isso parece significar unificar o ser humano com a ordem inscrita na natureza.
A mística do eu – da interioridade radical: onde encontramos o número cada vez maior de pessoas que só crêem no divino no próprio eu humano. Aí há duas linhas: a de tradição budista que não mesmo em Deus, nem um Deus pessoal, nem numa energia além do humano. Há pessoas que crêem em uma energia divina diferente do comum, mas a ser desenvolvida no próprio interior humano. A maioria dos grupos espiritualistas atuais e pessoas ligadas a movimentos que entram na designação de nova era fazem parte desta corrente. Dentro desta linha o que seria a Espiritualidade? Conseguir acessar esta dimensão divina que existe dentro da gente e assim fazer aflorar em você a sua parte divina.
Das tradições mais universais da humanidade, a que mais vive isso é o Budismo, com todas as suas ramificações e inspirações orientais e também ocidentais. No século VI, antes de Cristo, o príncipe Sidarta Gautama começa o movimento budista ao ver o sofrimento dos pobres e meditar sobre a inconsistência da vida, das riquezas e de tudo o que ali era sua vida. Ele se torna monge e inicia sua peregrinação de renúncia à vida mundana e esforço para superar a dor própria e do mundo. Depois de sete anos de vida ascética, ele tem a iluminação, torna-se Buda. Há várias tradições e escolas de Budismo. Para os budistas é fundamental o dharma, a doutrina e a sangha, a comunidade. Mas, na prática, o Budismo não desenvolve um culto a Deus. Toda a espiritualidade é centrada na respiração, no auto-equilíbrio e no método de iluminação interior que cada mestre passa para seus discípulos.
A mística do absoluto – a busca de quem já está: aqui temos as pessoas que compreendem que este amor divino é tão consistente e nuclear que se constitui como um princípio pessoal ao qual chamam Deus(em indo europeu antigo Luz). Todas as religiões que creem em Deus sustentam uma dialética espiritual entre o Deus que existe independente de nós e sua manifestação em nosso interior, entre uma presença já atual e operante é uma manifestação plena desta presença que ainda esperamos.
Responda a atividade proposta
1; Faça um apanhado dos três tipos de místicas citando seus significados.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A Mística de cosmos: Cosmos ou Cosmo é universo em seu todo. É o conjunto de tudo que existe, desde o microcosmo ao macrocosmo, das estrelas até as partículas subatômicas.
A Mística do eu: A experiência Mística é a experiência profunda União eu-Deus, na qual o eu, não é o mais pequeno eu psicológico e Deus não é o ser Supremo de todo poderoso e vingativo (que encontramos também em certos trechos da Bíblia), mas o Deus que constitui o nosso real e o nosso mais profundo "eu".
A Mística do absoluto: Em sentido amplo, podemos considerar a Mística como a infecção do absoluto dentro da vida humana... Esta interrupção é vivenciada como resgate de uma unidade originária entre o fundamento e aquilo que é fundado. Este resgate se apresenta, pois, ao modo de um retorno.