espinosa parte de um conveito
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Liberdade igual a necessidade. Conceitos de Espinosa - Parte I
2017-09-04 | Alan Rangel

"Diz-se que é livre o que existe só pela necessidade de sua natureza e que é determinado a agir por si só enquanto é necessário ou coagido aquilo que é induzido a existir e a agir por uma outra coisa, segundo uma razão exata e determinada." (SPINOZA, 2015).
Minha coluna de hoje é a primeira parte de uma breve série das principais ideias do filósofo holandês Baruch Espinosa, nascido em 1632, em Amsterdã. Pouco conhecido no senso comum, esse autor fez parte das minhas leituras, em 2016, na construção de um projeto realizado no curso de pós - graduação em Filosofia Contemporânea, da Faculdade São Bento da Bahia. Espero que suas ideias possam interessar ao público, pois seus conceitos atravessam a História.
A liberdade não é contrastante com a necessidade! Eis a primeira polêmica de Espinosa. Necessidade, aqui, bem delineado como fruto de uma coação, de uma dependência determinada por outro a existir; que opera de uma maneira definida. Por outro lado, a liberdade é pensada não no sentido de uma vontade humana própria, de uma escolha autônoma entre várias alternativas; pelo contrário, liberdade e necessidade é a mesma coisa! Não sendo ideias opostas, a liberdade se configura como uma manifestação natural e necessária de uma potência interior, de uma essência.
Liberdade como um caminho de compreensão das ideias adequadas[1] que se desaguam na busca da Substância, Deus, do intelecto divino, da ordem natural das coisas. O homem na busca de uma compreensão da necessidade da eternidade divina se defronta com os constrangimentos externos, objetivos, ou seja, das paixões, que só tendem criar a servidão, comportamentos voltados para apetites lúbricos.
Essa concepção de liberdade em Espinosa, é bem diferente do conceito de liberdade que estamos acostumados a ver, e que foi brilhantemente trabalhado pelo filósofo francês Paul Sartre. Para este, o homem é condenado a ser livre, sem determinismos absolutos, e qualquer tentativa de determinação na sua conduta é vista como má-fé. Essa condenação da liberdade precede qualquer princípio moral. De tal modo, que nada pode determinar essencialmente as decisões que o ser humano toma, e tudo o que ocorre em sua vida é fruto de escolhas deliberadas, de engajamento. A má-fé é o contrário da livre escolha.
Oposto ao existencialismo de Sartre, a concepção de Espinosa não separa necessidade de liberdade. De acordo com Delbos (2004) o autor é um idealista concreto, pois além de considerar que existe um Ser racional, a priori, ele fundamenta que o próprio Ser está também inscrito na existência. A verdade, portanto, estaria na ideia e na coisa.
Liberdade igual a necessidade. Conceitos de Espinosa - Parte I
2017-09-04 | Alan Rangel

"Diz-se que é livre o que existe só pela necessidade de sua natureza e que é determinado a agir por si só enquanto é necessário ou coagido aquilo que é induzido a existir e a agir por uma outra coisa, segundo uma razão exata e determinada." (SPINOZA, 2015).
Minha coluna de hoje é a primeira parte de uma breve série das principais ideias do filósofo holandês Baruch Espinosa, nascido em 1632, em Amsterdã. Pouco conhecido no senso comum, esse autor fez parte das minhas leituras, em 2016, na construção de um projeto realizado no curso de pós - graduação em Filosofia Contemporânea, da Faculdade São Bento da Bahia. Espero que suas ideias possam interessar ao público, pois seus conceitos atravessam a História.
A liberdade não é contrastante com a necessidade! Eis a primeira polêmica de Espinosa. Necessidade, aqui, bem delineado como fruto de uma coação, de uma dependência determinada por outro a existir; que opera de uma maneira definida. Por outro lado, a liberdade é pensada não no sentido de uma vontade humana própria, de uma escolha autônoma entre várias alternativas; pelo contrário, liberdade e necessidade é a mesma coisa! Não sendo ideias opostas, a liberdade se configura como uma manifestação natural e necessária de uma potência interior, de uma essência.
Liberdade como um caminho de compreensão das ideias adequadas[1] que se desaguam na busca da Substância, Deus, do intelecto divino, da ordem natural das coisas. O homem na busca de uma compreensão da necessidade da eternidade divina se defronta com os constrangimentos externos, objetivos, ou seja, das paixões, que só tendem criar a servidão, comportamentos voltados para apetites lúbricos.
Essa concepção de liberdade em Espinosa, é bem diferente do conceito de liberdade que estamos acostumados a ver, e que foi brilhantemente trabalhado pelo filósofo francês Paul Sartre. Para este, o homem é condenado a ser livre, sem determinismos absolutos, e qualquer tentativa de determinação na sua conduta é vista como má-fé. Essa condenação da liberdade precede qualquer princípio moral. De tal modo, que nada pode determinar essencialmente as decisões que o ser humano toma, e tudo o que ocorre em sua vida é fruto de escolhas deliberadas, de engajamento. A má-fé é o contrário da livre escolha.
Oposto ao existencialismo de Sartre, a concepção de Espinosa não separa necessidade de liberdade. De acordo com Delbos (2004) o autor é um idealista concreto, pois além de considerar que existe um Ser racional, a priori, ele fundamenta que o próprio Ser está também inscrito na existência. A verdade, portanto, estaria na ideia e na coisa.
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