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Soluções para a tarefa
Nas próximas linhas, caro leitor, você encontrará felicidades e mazelas, suspenses e erotismos. São textos de autores profissionais, ganhadores de prêmios como os mais que reconhecidos Jabuti e Sesc de Literatura; mas há também escritores amadores, aqueles professores, dentistas, engenheiros, fotógrafos, músicos e até bailarinos, que já participaram de antologias, coletâneas, ou que apenas publicaram seus qualificados textos em lugares diversos ou em lugar algum (até agora).
São pessoas envolvidas pelo prazer da escrita, brasileiros que vivem pelos quatro cantos do País e até além destas fronteiras. São 100 autores; 100 contos, microcontos, de até 100 caracteres com o único objetivo de comemorar o Dia da Literatura Brasileira, data surgida em homenagem a um dos maiores autores do romantismo brasileiro: José de Alencar.
Foi no dia 1º de maio de 1829 que José Martiniano de Alencar nasceu. O cearense escreveu sobre índios e a vida no sertão. Além de escritor, o autor de “O Guarani” e “Senhora”, dentre outros importantes títulos, foi jornalista, advogado, deputado e ministro da Justiça. A Alencar e à literatura brasileira, sejam as próximas linhas. Aproveite!
O marido morreu de tifo, a filha mais velha se perdeu e o frio, que foi bom.
AGATHA COUTO, GOIÂNIA – GO
Em Vênus, Jack olhou na água e encontrou a única coisa que ele apostaria não encontrar lá: um homem.
ALAN CRISTIE, RIO DE JANEIRO – RJ
No começo, descrença. Depois, medo, ao ver Bob — tão pequeno — olhando para a faca daquele jeito.
ALESSANDRO GARCIA, PORTO ALEGRE – RS
Dei-lhe um beijo e pronto. Foi tudo o que eu queria naquela noite. Não pedi telefone nem o nome.
ALEX ANDRADE, RIO DE JANEIRO – RJ
No farol, o menino estende a mão ao carro. Usa nariz de palhaço. Os olhos refletem o brilho do sol.
ALEXANDRE STAUT, SÃO PAULO – SP
Lá do alto, a lua me sorria. Talvez porque, como eu, encontrou alguém que lhe fizesse bem.
ALISSON WYNFRITH, GOIÂNIA – GO
Quando apertou o gatilho, Mylena não imaginava que o disparo levaria 100 mil anos para atravessar o universo.
ANDERSON FONSECA, BREJO SANTO – CE
Adão tinha de tudo. Celular, mp3, Marlboro. É que Solange, adepta do pompoarismo, tirava de letra as revistas íntimas.
ANDRÉ TIMM, PORTO ALEGRE – RS
–– Se for o Capeta, diz que eu tô no banho.
ANDREA DEL FUEGO, SÃO PAULO – SP
saía sempre de terno, mas adorava saia e salto alto, bem alto.
ARTHUR PORTO, GOIÂNIA – GO
Saudade é um pedaço de qualquer coisa morando dentro da gente ainda que louco pra voltar pra casa.
BÁRBARA FALCÃO, GOIÂNIA – GO
— Ir ou vir?
— Ir e vir.
— Promete?
— Não.
BENJAMIM S., CURITIBA – PR
Temia a altura quando pulou para a morte de um prédio em chamas, em 1974. Até hoje escutam seu grito.
BRUNNO FALCÃO, GOIÂNIA – GO
Eram jovens quando começaram a andar juntos. Foi amor à primeira vista. Pena que o dono os jogou fora.
BRUNO FERREIRA, ANÁPOLIS – GO
Mirava-te os olhos, parecidos com colchas de folhagens, ora verdes, ora secas. Suplicava por deitar no sossego teu.
CAMILA BORGES, GOIÂNIA – GO
Zacarias viu a vizinha arrodeada de borboletas. Suspirou e apertou o laço. Viu lá longe o mar. Fim.
CARLOS RABELO, GOIÂNIA – GO
A lágrima desceu até encostar no sorriso.
CÍNTHIA GARCIA, GOIÂNIA – GO
Obedecia ao instinto de subir, mas por dentro desabava. O martelo do tempo afundava o prego, sua cabeça.
CLAUDIA NINA, RIO DE JANEIRO – RJ
Precisou tatuar no peito um coração, pra ver se, pelo menos assim, sentiria ali alguma dor.
CLÁUDIO F. MEIRA, GOIÂNIA – GO
Trocou o sorriso pela felicidade. E a felicidade era tanta que precisou sorrir. Mas já não havia como.
CLAUDIO PARREIRA, SÃO PAULO – SP