Escreva três desafios que a religião enfrenta nos dias atuais?
Soluções para a tarefa
Resposta:
A vida é um desafio atrás do outro. Só na morte poderemos livrar-nos de todos eles.
Há “desafios de sempre”, permanentes, que parece que nunca cessarão na história, por mais que assumam novas formas ou conjunturas cambiantes. Assim, a defesa e o cuidado dos pobres, a opção pela causa deles, a luta pela transformação da história… são desafios de toda a vida, para toda a história, e sempre urgentes. Porque “pobres sempre os tereis convosco”, disse um dia Jesus. Assim é a vida, pelo menos do lado de cá da história.
Há, porém, “desafios mais fundos”. Há horas históricas decisivas em que os desafios parecem afetar também áreas mais profundas, as dos fundamentos, regiões que habitualmente parecem ser “propriedade pacífica”, alheias às turbulências da superfície. Ocorre, sobretudo, em momentos de mudanças históricas, quando o que reclama a nossa atenção não são os “desafios de sempre”, e sim, a compreensão de nós mesmos e das dimensões fundamentais da existência, aquela base precisamente que nos permite assumir os “desafios de sempre”. São épocas em que se obscurece – porque se transforma - o próprio fundamento, ou a identidade, o ser, o próprio sentido da religião ou da fé…
Estamos vivendo uma dessas horas históricas decisivas. Depois de uma longa “época de mudanças”, é chegada a “mudança de época” – ou ainda está em curso. Já não são pequenas atualizações que se nos apresentam para ser incorporadas, como remendos, a nosso velho vestido. Agora está ocorrendo uma mudança completa de vestimenta, de compreensão de todo o conjunto, de “paradigma”, que se nos impõe. Não são já os desafios de sempre – variáveis, mas permanentes, e, no fim das contas, conhecidos –; trata-se antes da urgência para sair rumo ao desconhecido, porque o terreno em que estávamos assentados se tornou movediço, e todo o edifício entra em questionamento, ou desmorona...
Apliquemos mais concretamente à realidade esta afirmação meio metafórica que fizemos de início.
Ver
Além dos desafios da justiça, dos pobres, da profecia, da transformação da atual sociedade excludente (desafios de certa maneira “de sempre”, ainda que, ao mesmo tempo, sempre novos)…, o que entrou em cena agora é uma “metamorfose”[1] da religiosidade, da fé – também da fé cristã. O solo de nossas verdades conhecidas – e, entre elas, das “verdades eternas”[2] – está se movendo. Quem estiver ao menos um pouco informado sobre o mundo teológico, terá percebido claramente o que já é um clamor na boca dos outros: a atual interpretação da fé cristã, tanto teoricamente, como na prática institucional e pastoral, pede com urgência uma reformulação profunda. Impõe-se com urgência “outra maneira de crer” para superar “esse terrível desencontro entre a religião e a cultura, que ameaça de maneira muito radical a credibilidade e até a própria compreensão da fé em nossos dias” (Torres Queiruga). O “imaginário” cristão comum e o “imaginário teológico” em circulação estão profundamente desatualizados e absolutamente inermes diante das transformações existenciais e epistemológicas profundas que estão em curso. Vamos enumerar somente alguns sintomas:
– a transformação da imagem de Deus: é insustentável a imagem clássica que carrega dívidas de uma concepção obsoleta da realidade feita de dominação, de machismo, de juridicismo…
– a necessidade de conciliar as ancestrais narrações da história da salvação – a criação do mundo, Adão e Eva, o pecado original, a expulsão do Paraíso..., surgidas na tradição judaica de há mais de dois milênios – e até a significação de Jesus – esse camponês mediterrâneo rural que viveu há dois mil anos – com a nova imagem do mundo, do tempo e do cosmos, que nos é proporcionada pela nova cosmologia e pela física moderna[3]...
– a crise da concepção da revelação como vinda verticalmente de cima e de fora, “por ditado”, alheia à história, suscetível de ser entendida literalmente, guardada em um “depósito da fé” e embrulhada em fórmulas irremovíveis fundamentalistamente interpretadas. Torres Queiruga foi quem mais abordou este desafio.[4]
– o “desfalecimento utópico” de nossa sociedade desde a década de 90. O “fim do pensamento utópico messiânico”. A desconfiança no progresso e na modernidade. A despolitização cultural da sociedade. A passagem de uma militância política a outra humanitária[5]…
– a tomada de consciência de que – como observa R. Panikkar – dois terços da humanidade atual não compartilham o paradigma da história[6] – tão bíblico e tão cristão –, e que, portanto, esse paradigma talvez não possa constituir-se em “a” compreensão-matriz única reivindicada pelo cristianismo moderno…
Resposta:
os desafios são muitos porém,o preconceito é muito predominate.
Explicação:
tanto o preconceito pode levar a discussão ou até mesmo conflitos maiores!