Escreva as 14 eras bíblicas:
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Resposta:
A relação entre a Bíblia e a História diz respeito à forma como a Bíblia é encarada de um ponto de vista historiográfico. A Bíblia – coletânea de livros escritos em várias épocas em sua maioria por autores anônimos – é um livro considerado sagrado por grupos ocidentais.[1] A História é uma disciplina que lida com o estudo de vestígios e documentos de épocas pretéritas tendo por vista pensar o passado.[2] Por muitos anos, o contexto de produção da Bíblia foi simplesmente ignorado, uma vez que o estudo deste livro estava relegado à teologia. Isso mudou quando “uma série de descobertas – o deciframento da escrita hieroglífica egípcia (1822) e o deciframento da escrita cuneiforme acadiana (por volta de 1857) – fez a Bíblia sair de seu ‘esplêndido isolamento’”.[3] Desde então, os textos da Bíblia têm sido lidos como documentos históricos iguais a quaisquer outros - no caso, que preservam informações antigas e importantes ao mesmo tempo em que possuem uma redação tardia e tendenciosa.[4]
Os especialistas que estudam a Bíblia hebraica hoje costumam ser divididos entre “minimalistas” e “maximalistas”. Os primeiros, em geral, “recusam todo o recurso ao texto bíblico como fonte para a escrita de Israel”;[3] nesse grupo estão estudiosos famosos como Keith Whitelam[5] e Thomas L. Thompson.[6] Os segundos, representados por Pierre Bordreuil e Françoise Briquel-Chatonnet,[7] fazem uso de alguns livros bíblicos criticamente (usando métodos de crítica textual e comparando fontes) para a reconstrução da história antiga de Israel. É difícil, contudo, fazer divisões muito claras entre essas “escolas” de estudiosos: Philip Davies, por exemplo, entende a necessidade de se reconstruir uma história do pensamento israelita a partir dos textos bíblicos. William G. Dever, Israel Finkelstein e Amihai Mazar[8] fornecem interpretações bem particulares sobre os interesses ideológicos da redação bíblica e sua época de composição. Mario Liverani solucionou este problema ao separar a história de Israel entre uma história “normal” (construída a partir de uma diversidade de fontes, entre elas as arqueológicas) e uma história “inventada” (a forma como os redatores bíblicos reinterpretaram seu passado).[9] Além disso, a diferença entre esses autores têm se reduzido sobremaneira nos últimos anos.[8]