História, perguntado por piaeana80, 9 meses atrás

escravidão na América espanhola e a resistência indígena​


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Respondido por Usuário anônimo
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Resposta:

Desde o início da colonização espanhola, quando a fome, as doenças e o trabalho excessivo exterminaram grande parte das populações indígenas da América, os colonizadores recorreram ao uso da mão de obra escrava africana.

Se as populações indígenas sofriam com a exploração e o preconceito espanhol, os africanos eram ainda mais explorados. Longe de sua terra natal, de seu povo, de seus costumes, o africano era um marginal na sociedade americana.

Vistos como infiéis, pois muitos deles já tinham tido contato com a religião muçulmana (uma herança da intolerância gerada pela Guerra da Reconquista), os africanos nem sequer contavam com a defesa dos religiosos. Bartolomé de Las Casas, por exemplo, um frei que ficou famoso por defender os indígenas contra o sistema de encomienda, sugeriu à Coroa espanhola que utilizasse povos vindos da África na exploração da América.

Da mesma forma que a elite criolla temia as rebeliões indígenas, também se preocupava com os africanos. Estima-se que, no início do século 19, a população americana era de 16,9 milhões de habitantes; e desse total somente 3,2 milhões eram europeus (chapetones) ou descendentes deles (criollos).

Haiti: revolta africana e independência

A colônia francesa de São Domingos foi a primeira colônia da América Latina a conseguir se tornar independente de sua metrópole europeia, adotando o nome de Haiti. E, ao contrário da maioria dos movimentos de independência da América, no Haiti a liderança não coube à elite dona de terras, mas aos escravos africanos.

A colônia de São Domingos (ilha que, na língua indígena, se chamava Ahti), em 1697 passou a pertencer exclusivamente à França. Ali, a produção açucareira, por meio da exploração da mão de obra escrava africana, rendeu fortunas aos franceses.

As condições de trabalho dos escravos eram péssimas, assim como em outras colônias da América (por exemplo, o Brasil), mas, em São Domingo, o número de escravos era muito maior que o número de colonos franceses. As revoltas escravas eram combatidas com extrema violência.

Quando, em 1789, estourou a Revolução Francesa, os ideais de liberdade e igualdade entraram em choque com os interesses da elite colonial de São Domingos, que queria manter a escravidão. Levantes de mulatos na colônia foram reprimidos, mas na metrópole francesa muitos defendiam o fim da escravidão.

Diante dessa situação contraditória, rebeliões de escravos passaram a varrer São Domingos a partir de 1791: fazendas eram queimadas e latifundiários executados.

Toussaint L'Ouverture, ex-escravo, foi um dos grandes líderes nesse processo. E como os colonos franceses se recusavam a fazer um acordo com os escravos rebeldes, a situação ficava cada vez mais tensa na colônia.

Em 1794, uma lei francesa pôs fim à escravidão em suas colônias. Mas a rebelião dos escravos acabou se transformando numa luta pela independência. Depois de um longo período de guerras contra as tropas francesas enviadas por Napoleão, Jean-Jacques Dessalines, um ex-escravo, proclamou a independência do Haiti em 1804

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Respondido por sara2017perreira
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Com efetivo início da colonização do Brasil, os portugueses tinham a necessidade de empreender um modelo de exploração econômica das terras que fosse capaz de gerar lucro em pouco tempo. Para tanto, precisariam de uma ampla mão-de-obra capaz de produzir riquezas em grande quantidade e, dessa forma, garantir margens de lucro cada vez maiores para os cofres da Coroa Portuguesa. Contudo, quem poderia dispor de sua força de trabalho para tão ambicioso projeto?

Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já estabelecido com os índios na atividade de extração do pau-brasil. Nesse período, os índios realizavam essa extração por meio de um trabalho esporádico recompensado pelos produtos trazidos pelos lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o trabalho nas grandes propriedades exigia uma rotina de trabalho longa e disciplinada que ia contra os hábitos cotidianos de boa parte dos indígenas.

Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais epidemias contraídas no contato com o homem branco e ruptura com a economia de subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse tipo de escravidão. Ao mesmo tempo, devemos levar em conta que o controle sobre os índios escravizados era bem mais difícil tendo em vista o conhecimento que tinham do território. Dessa forma, a vigilância se tornava algo bastante complicado.

Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, a escravidão indígena também foi extensamente combatida pela Igreja no ambiente colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os clérigos que aportavam em terras brasileiras se envolveram em uma série de disputas em que repudiavam o interesse dos colonos em converter os índios em escravos. Tal postura se justificava no interesse que os clérigos católicos tinham em facilitar o processo de conversão religiosa dos índios.

Apesar de sua influência e autoridade, muitos padres foram explicitamente afrontados pela ganância de colonos que saiam pelo território em busca de índios. Na maioria das vezes, a escravidão indígena servia como alternativa à falta e ao alto custo de pessoas escravizadas trazidas da África. Preferencialmente, os colonos atacavam as populações indígenas ligadas às missões jesuíticas, pois estes já se mostravam habituados à rotina e aos valores da cultura ocidental.

Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a captura de índios por meio de uma Carta Régia emitida no ano de 1570. Segundo esse documento, os índios só poderiam ser presos e escravizados em situação de guerra justa. Ou seja, somente os índios que se voltassem contra os colonizadores estariam sujeitos à condição de escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o período colonial.

A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento em que o marquês de Pombal estabeleceu um conjunto de transformações na administração colonial. Primeiramente, ordenou a expulsão dos jesuítas do Brasil mediante a ampla influência política e econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois, em 1757, proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas submetidas ao poderio da Coroa.

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