Era assim em Jaboticabal
Vou deixando a penumbra do sono.
Acordo.
Amanhece em contornos vagos
de uma luz difusa.
Perto, longe, os galos retardatários
vão orquestrando, ainda, o nascer do dia.
Um patear, deslizar de rodas
no calçamento.
Escuto o esbarro lesto.
Lestos os passos no passeio.
O girar do portão.
O desdobrar do papel
que está vestindo o pão.
Pressinto o retorno.
O trinco do portão fechado.
O pão deixado na panela.
O homem constante e laborioso,
pastor das madrugadas,
saltou da boleia do carrinho.
O animal pateou de novo rua afora.
Vai parando agora pelas casas,
deixando em cada uma
a bênção singela,
humilde e madrugadora do pão.
[...]
CORALINA, Cora. Meu livro de cordel
De que falam estes versos?
Em que tempo e em que lugar possivelmente ocorre o que se descreve nos versos? Justifique sua resposta.
O eu poético confere valor especial ao padeiro e ao pão. De que modo ele se refere a eles?
A construção dos versos é feita a partir dos sons ouvidos pelo eu poético, que não vê, mas adivinha o que se passa por meio desses sons. Quais são eles?
Soluções para a tarefa
Resposta:b)Presente quando ela fala "amanhace"e "vou deixando".Lugar na roça "os galos"
C) "A bênção singela" e "humilde e madrugadora"
"O girar do portão" "o desdobrar do papel" "um patear" "deslizar de rodas no calçamento" "o esbarrou lesto" "lestos ps passos no passeio"
E)
Explicação:
a. Os versos apresentados abordam a vida rural na infância do eu lírico em sua cidade natal.
b. O poema se passa no passado na cidade de Jaboticabal, no interior do estado de São Paulo, como pode ser visto no primeiro verso: "Era assim em Jaboticabal".
c. O eu lírico se refere ao padeiro como "pasto das madrugadas", "constante e laborioso", já para o pão, se refere como " bênção singela" e "humilde e madrugadora".
d. Os sons presumidos pelo eu lírico são os sons da movimentação do padeiro durante a madruga, indo para o seu local de trabalho e realizando a sua função.
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