Entrevista com Alexandre Beck, criador do desenho Armandinho
Como surgiu a ideia do personagem Armandinho, a nova sensação dos quadrinhos, com humor inteligente, que questiona a vida e a realidade?
Eu acho que esse questionamento que eu acabo passando com o Armandinho é um questionamento primeiramente meu. Eu sempre achei o mundo muito complicado, e até hoje eu tenho um esforço muito grande para tentar compreender quem são essas pessoas que nos rodeiam? Quem sou eu dentro desse mundo? O que se deve fazer? Por que as coisas funcionam desse jeito? Eu tenho essa preocupação minha. Eu tinha essa visão crítica quando fazia outras tiras no jornal, com outros personagens e o Armandinho não foi assim algo planejado. [...] Um dia me ligaram do jornal e pediram para fazer três tiras para ilustrar uma matéria. Era uma matéria de economia, sobre pais e filhos, como lidar com a economia doméstica, explicar para os filhos a economizar água, economizar luz, e a matéria sairia no dia seguinte. E eu não tinha tempo para fazer com os meus personagens. Então eu peguei o bonequinho que tinha pronto de outro trabalho e coloquei no espaço da tirinha. Para representar os pais, eu só risquei as pernas e montei ali o quadrinho. Fiz as três primeiras tiras do que depois veio a ser o Armandinho. [...] Como foi fácil para fazer, só publicava no jornal então, foi rápido, foi prático, eu tinha uma filha que na época tinha a idade de que teria o Armandinho, 5, 6, 7 anos, e foi muito legal e interessante me colocar no lugar dela, uma criança que está tentando entender o mundo. [...]
Do mesmo modo que Mauricio de Sousa começou com a filha dele, tu também tiveste a mesma ideia de criar o personagem baseado na filha. Até que ponto tua filha tem relação com o Armandinho? Até que ponto as perguntas que Armandinho faz para o pai foram copiadas do teu trabalho como pai?
Eu acho que eu, como pai, tenho muito mais a aprender com meus filhos (tenho dois filhos), do que ensinar a eles. Eles me ensinam muito mais. Esse resgate da visão infantil do mundo é fantástico. O adulto hoje está muito cheio de certeza (costumo criticar isso nas tiras). As crianças estão com a mente aberta, então elas vão me ensinar. [...] Tem muito de mim, claro, no Armandinho, tem muito dos meus filhos, tem muito das pessoas que conheço, não tanto no Armandinho, quanto nos outros personagens também. Não é uma receita pronta, mas eu acho fantástico. Estou agregando, aprendendo ainda.
Entrevista com Alexandre Beck, criador do desenho Armandinho
Como surgiu a ideia do personagem Armandinho, a nova sensação dos quadrinhos, com humor inteligente, que questiona a vida e a realidade?
Eu acho que esse questionamento que eu acabo passando com o Armandinho é um questionamento primeiramente meu. Eu sempre achei o mundo muito complicado, e até hoje eu tenho um esforço muito grande para tentar compreender quem são essas pessoas que nos rodeiam? Quem sou eu dentro desse mundo? O que se deve fazer? Por que as coisas funcionam desse jeito? Eu tenho essa preocupação minha. Eu tinha essa visão crítica quando fazia outras tiras no jornal, com outros personagens e o Armandinho não foi assim algo planejado. [...] Um dia me ligaram do jornal e pediram para fazer três tiras para ilustrar uma matéria. Era uma matéria de economia, sobre pais e filhos, como lidar com a economia doméstica, explicar para os filhos a economizar água, economizar luz, e a matéria sairia no dia seguinte. E eu não tinha tempo para fazer com os meus personagens. Então eu peguei o bonequinho que tinha pronto de outro trabalho e coloquei no espaço da tirinha. Para representar os pais, eu só risquei as pernas e montei ali o quadrinho. Fiz as três primeiras tiras do que depois veio a ser o Armandinho. [...] Como foi fácil para fazer, só publicava no jornal então, foi rápido, foi prático, eu tinha uma filha que na época tinha a idade de que teria o Armandinho, 5, 6, 7 anos, e foi muito legal e interessante me colocar no lugar dela, uma criança que está tentando entender o mundo. [...]
Do mesmo modo que Mauricio de Sousa começou com a filha dele, tu também tiveste a mesma ideia de criar o personagem baseado na filha. Até que ponto tua filha tem relação com o Armandinho? Até que ponto as perguntas que Armandinho faz para o pai foram copiadas do teu trabalho como pai?
Eu acho que eu, como pai, tenho muito mais a aprender com meus filhos (tenho dois filhos), do que ensinar a eles. Eles me ensinam muito mais. Esse resgate da visão infantil do mundo é fantástico. O adulto hoje está muito cheio de certeza (costumo criticar isso nas tiras). As crianças estão com a mente aberta, então elas vão me ensinar. [...] Tem muito de mim, claro, no Armandinho, tem muito dos meus filhos, tem muito das pessoas que conheço, não tanto no Armandinho, quanto nos outros personagens também. Não é uma receita pronta, mas eu acho fantástico. Estou agregando, aprendendo ainda.
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caramba achei isso bem interessante( não terminei de ler)
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