Entrevista "A gente não precisa só sofrer", diz psicóloga Diretora do Centro de Estudos da Família e do Indivíduo, Mara Lins comenta a mudança nas rotinas de casais e de pais É um efeito comportamental da pandemia: confinados em casa para deter a propagação do coronavírus, casais estão redescobrindo um ao outro. Para o bem (com mais tempo para a intimidade, por exemplo) ou para o mal – "a toalha molhada deixada em cima da cama tem uma intensidade maior", diz a psicóloga Mara Lins, 53 anos, diretora do Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (Cefi). Mestre em psicologia social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e doutora em psicologia clínica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Mara está acompanhando, em seu consultório online, os impactos familiares da quarentena. Como lidar com as crianças e os adolescentes, por exemplo, tão acostumados a uma rotina de escola, amigos e passeios? Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida por telefone: Uma das consequências da quarentena é que os casais se viram obrigados a passar mais tempo juntos. Ficar tanto tempo junto é um fator de estresse a mais em um cenário dominado por este fantasma, como eu chamo a doença, pela incógnita, pela perspectiva de um forte impacto econômico. E tem o contato virtual com os amigos, aplicativos de mindfullness para praticar a respiração profunda, que também é uma terapia para um dos alvos do coronavírus, os pulmões. Existe a mente racional, a mente emocional, muito ativa no contexto que estamos vivendo, e tem a mente sábia, que consegue acessar as outras duas. Esse é um período em que cabe uma metáfora triste que ouvi: agora a gente sabe mais ou menos o que é ser um passarinho na gaiola. Por conta dessa aproximação compulsória, há quem diga que, daqui a nove meses, veremos uma explosão de natalidade. Há muitas emoções negativas no ar, ocorre uma desregulação emocional nos casais. Tomar um banho longo, comer algo gelado ou quente, que puxa a tensão da mente para o corpo. É uma questão de saúde mental poder conversar sobre nossas preocupações, sobre o pai, a mãe, o emprego. Os casais com filhos também estão tendo de dar mais atenção às crianças, equilibrando, aqueles que seguem trabalhando, a rotina do home office com as brincadeiras e os cuidados. A parte boa do confinamento é o resgate do contato, do olho no olho, da interação entre pais e filhos. Por outro lado, há pais que devem estar ansiosos para voltar ao trabalho, porque é a única forma de sustentar a família. É um dilema que gera memes trágicos como aquele da menina que pergunta ao pai "onde está a vovó" e ouve como resposta que "tivemos de escolher a economia". Deve-se conversar com os filhos de uma maneira que compreendam, numa linguagem acessível, ao mesmo tempo que com cuidado para não assustá-los. Um ponto difícil, por exemplo, é se há uma relação complicada entre a geração dos mais velhos com seus filhos adultos, temas não resolvidos, ressentimentos guardados... Meu marido fala uma frase que me cala muito: "A velhice, por si só, já é um pedido de perdão". O lobo frontal, parte do cérebro que responde pelo juízo crítico, por saber o que posso ou não fazer, só vai ficar pronto ali pelos 20 anos. Ao mesmo tempo, ele já tem mais facilidade no mundo online, pode extravasar mais por ali, manter o convívio com os amigos e as relações mais afetivas.1. Qual o tema central da entrevista? * 2 pontos Problemas de convivência em tempos de pandemia Problemas de relacionamento entre casais A propagação do Covid-19 2. Qual o primeiro problema apresentado pela psicóloga? * 2 pontos Conviver por longos períodos de tempo juntos Como lidar com as crianças Como lidar com os idosos 3. Que grupos são apontados na entrevista como os que estão sofrendo com o isolamento social? * 2 pontos Idosos Idosos, pais, mães e filhos mulheres 4. Que problemas emocionais a psicóloga aponta que podem surgir? * 2 pontos doenças crônicas Medo, ansiedade e estresse afetividade 5. Que sugestões são apontadas no texto para amenizar os problemas gerados pelo isolamento social? * 2 pontos Relaxar, exercer empatia, bondade e gentileza Deixar as coisas acontecerem naturalmente, sem organização Manter a mesma rotina de quando a vida era normal
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Resposta:top
Explicação:vc também escreveu um texto muito top
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