História, perguntado por ShirleyGonçalves, 11 meses atrás

entre os anos de 1968 e 1973 houve um aparente enriquecimento Nacional que foi denominado Nacional que foi denominado milagre econômico. a) explique o que foi o milagre econômico. b) por que podemos afirmar que foi um enriquecimento apenas aparente?

Soluções para a tarefa

Respondido por raquelcamp423
17
O ano de 1970 foi cheio de "sucessos". Em fins de 1969, com cifras de crescimento de cerca de 97o para o Produto Interno Bruto (PIB) e 11% para a indústria, explodiu um vertiginoso crescimento econômico, que duraria pelos três anos seguintes. Era o rojão pirotécnico do "milagre econômico" brasileiro, a estrela que brilhava na ponta do consolidado tripé capitalista local: o Estado, as multinacionais e o grande capital nacional. Apesar das inquietações políticas, a classe média emergente - beneficiária de uma abertura do leque salarial, que manteve o salário mínimo real nos níveis de 1967, mas melhorou muito a remuneração de técnicos e profissionais de nível superior- começou a usufruir de um cintilante mercado de consumo. Ensaiou também seus primeiros passos na Bolsa de Valores e na especulação financeira. Foi o começo de uma impressionante euforia, que duraria até 1973, com a economia brasileira batendo todos os recordes de expansão: 9,5% em 1970,11,3% em 1971,10,4% em 1972 e 11,4% em 1973.O "milagre" se devia à concentração de riqueza nas mãos de 25% da população, e uma tempestade contínua de dólares provocada pela favorável conjuntura internacional. 

Os efeitos do "milagre" se espalhariam pelos principais centros urbanos do país, especialmente no Sudeste e Sul. O mercado foi invadido por toda sorte de produtos, de iogurtes a luxuosos modelos de eletrodomésticos e carros. Enormes supermercados e sofisticados shopping centers, verdadeiros "templos do consumo", começaram a surgir com grande rapidez. As cidades agigantaram-se e ganharam seus contornos definitivos de metrópole. Viadutos e avenidas tomaram o lugar de pacatas ruas e residências, cortando bairros e destruindo formas tradicionais de convivência próprias dos grupos sociais que ali viviam. A especulação imobiliária desenfreada fez fortunas instantâneas, soltando a imaginação de arquitetos, construtores e publicitários. 

Para as camadas médias, a sensação era de que, finalmente, tinham ganho "um lugar ao sol". O nível de emprego cresceu aceleradamente, esfarinhando sobras do "milagre" também entre o operariado mais qualificado, especialmente os metalúrgicos da indústria automobilística. Embora não tivessem obtido níveis salariais compatíveis com sua ocupação, os técnicos mais especializados, com melhor índice de escolaridade, eram imediatamente absorvidos pela ampliação da produção fabril. O nível de renda, com toda a família trabalhando, permitia compras de bens duráveis e a realização do "sonho da casa própria". Na região do chamado ABC paulista, por exemplo, a maioria dos operários foi, aos poucos, financiando suas residências e tornando-as mais confortáveis. 

Inúmeros hábitos novos de consumo faziam o delírio dos beneficiados pelo crescimento econômico. O Brasil emergia subitamente como um dos mais dinâmicos mercados de TV do Terceiro Mundo. Generosos planos de compras a crédito tinham sido estendidos aos aparelhos de televisão em 1968, e o público correspondeu ampliando as compras. Em 1960, apenas cerca de 9,5% das residências urbanas tinham televisão, mas em 1970 já chegavam a 40%. Nesse processo, consolidou-se a poderosíssima Rede Globo, formada em 1965, com capital do grupo Time-Life pelo empresário Roberto Marinho, conspirador golpista e financiador de órgãos de repressão política. 

A programação da Rede Globo, especialmente seu "Jornal Nacional", disseminava os ideais de "segurança e desenvolvimento" do regime militar, incutindo hábitos culturais e louvando as conquistas governamentais. Todo o setor de jornalismo da Globo foi posto à disposição do governo Médici. Nas palavras do teatrólogo Oduvaldo Vianna Filho: "Reduzir uma sociedade de 100 milhões de pessoas a um mercado de 25 milhões exige um processo cultural muito intenso e muito sofisticado. É preciso embrutecer esta sociedade de uma forma que só se consegue com o refinamento dos meios de comunicação, dos meios de publicidade, com um certo paisagismo urbano que disfarça a favela, que esconde as coisas". 

No terreno fértil do "milagre", a AERP, fundada em 1968 e chefiada agora pelo coronel Octavio Costa, montou a maior operação de propaganda já articulada em território brasileiro. Uma equipe de jornalistas, psicólogos e sociólogos decidia sobre os temas e o enfoque geral, depois, contratava agências de propaganda para produzir documentários para TV e cinema, juntamente com matéria para os jornais. Surgiram, assim, os famosos slogans ufanistas "Você Constrói o Brasil", "Ninguém mais segura este País", "Brasil, Conte Comigo" e o mais fascista deles: "Brasil, Ame-o ou Deixe-o", criado logo após a decretação da pena de banimento perpétuo para presos políticos. 
Respondido por kailaine64
5

Resposta:

quero só a resposta da "b" resumida por favor por que não entendi nada

Perguntas interessantes