Entre a beleza e a frieza Há mais de cinco milênios, escrever era gravar símbolos na pedra, na argila e na madeira para registrar aquilo que a memória não dava mais conta de guardar. Ao longo da história, a escrita foi se organizando e se sofisticando na forma de caligrafia, o ato – ou a arte – de desenhar letras. A mudança criou uma nova elite, a dos calígrafos. Na China, a inventora do papel, só os mestres dos ideogramas ingressavam na ambicionada carreira pública. No Império Romano, talentos precoces eram selecionados para servir exclusivamente ao desenho das palavras. Nos conventos medievais, monges reproduziam a Bíblia em manuscritos magnificamente ilustrados. Aos poucos, escrever a mão foi se popularizando, primeiro com penas de aves mergulhadas em tinta, depois com caneta-tinteiro e, a partir dos anos 1940, com a esferográfica, o instrumento definitivo para dar agilidade à caligrafia. Mas, na era do computador, dos tablets e dos celulares, qual foi a última vez que você pegou papel e caneta e preencheu uma página com texto manuscrito? Tirando os atos de assinar cheques e documentos e rabiscar recados cifrados em Post-its pregados no computador, a escrita cursiva, que emenda as letras umas nas outras em movimentos padronizados, caiu em desuso. Uma pesquisa realizada recentemente na Inglaterra com 2.000 pessoas mostrou que uma em cada três não havia escrito nada com lápis ou caneta nos seis meses anteriores. Escrever agora é teclar, e as escolas começam a se dobrar à nova realidade. Em 2013, o conjunto de orientações para o ensino nos Estados Unidos, onde cada estado legisla sobre o tema, deixou de lado a obrigatoriedade das aulas de letra cursiva em prol da digitação. Agora é a Finlândia, ponta de lança do ensino moderno, que anuncia: a partir de 2016, o currículo nacional vai abolir a caligrafia. Drástico demais? Não necessariamente. O que se está eliminando é a habilidade de escrever longos textos com boa letra. “Vivemos uma transição natural. As crianças de hoje se sentem à vontade no computador desde os primeiros anos de vida”, avalia Claudia Costin, diretora de educação do Banco Mundial. Os defensores da mudança no currículo sustentam que não há por que tomar tempo do aluno com caligrafia quando o que o mundo exige é um exército de gente de raciocínio lógico afiado, não importa de que forma ele se expresse. “Teclar, em vez de escrever a mão, é simplesmente a transposição para uma tecnologia mais eficiente”, diz Juhani Mykkanen, encarregado de criar um manual para o ensino de coding – a linguagem dos computadores – nas escolas da Finlândia. No Brasil, onde os exames, do vestibular aos concursos públicos, ainda requerem escrita manual, não se enxerga uma transição radical em futuro próximo. Mas há, sim, escolas que incentivam ao máximo a digitação, sem abandonar a caligrafia. O tradicional Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, disponibiliza tablets nas salas de aula desde a alfabetização. “Nosso objetivo é que os estudantes consigam comunicar coisas interessantes. A caligrafia se tornou secundária”, observa a coordenadora-geral de tecnologia, Valdenice Minatel.(RITTO, Cecília. Revista Veja, 05/08/2015, p. 91) 2- Os sentidos dados à palavra caligrafia:
a ) Partem de uma ideia mais específica para a mais ampla.
b ) São específicos em todos os contextos em que se encontram.
c ) São, inicialmente, mais gerais, e depois se tornam específicos.
d ) Limitam-se à etimologia do termo.
e ) Reduzem a palavra ao sentido de letra.
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Resposta:
A alternativa correta é a letra C
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