Engenho de açúcar no Brasil colonial
“De 1500 a 1822, do descobrimento à independência, o Brasil exportou mercadorias num total de 586 milhões de libras esterlinas.
Nesse total de valores, a que produção cabe o maior contingente? Ao ouro, responder-se-á. Não: o ouro contribuiu apenas com 170 milhões.
O café, só começou no fim, e, na nossa balança comercial, pesava menos do que o arroz, do que o algodão, do que o fumo, as madeiras, os couros, e apenas um pouco mais que o cacau.
Sua exportação, no período colonial, não passou de quatro milhões, no total.
Houve, do descobrimento à independência, um produto que, sozinho, rendeu mais do que todos os outros reunidos, aí incluindo-se os da mineração: o açúcar, do qual exportamos 800 milhões de libras esterlinas”. Luís Amaral, história geral da agricultura brasileira v. 1, p. 326, 1958.
A proposta deste texto é mostrar como o açúcar da cana-de-açúcar chegou ao Brasil, como se estruturavam os canaviais, os engenhos, como era o fabrico do açúcar, assim como relatar um pouco da história econômica brasileira no período colonial, época na qual o açúcar no século XVII se tornou o “ouro branco” da colônia portuguesa.
Um dos melhores relatos sobre a produção açucareira e o fabrico do açúcar foi escrito pelo jesuíta italiano Giovanni Antonio (1649-1716), o qual morando no Brasil passou a adotar o nome de André João Antonil. Em 1711 ele publicou em Lisboa seu livro, Cultura e Opulência no Brasil por suas drogas e minas.
Neste livro ele comenta de forma detalhada a realidade do cultivo da cana, a estrutura do engenho e o fabrico do açúcar, tendo como base os engenhos baianos nos fins do século XVII e idos do XVIII.
Rota dos Engenhos em Pernambuco12:52
Museu do Açúcar e do Alcool02:34
O livro original possui mais de 200 páginas, embora trate também da produção do tabaco, da mineração do ouro, da pecuária, etc. A primeira parte do livro é dedicada apenas a se tratar do açúcar. Aos interessados recomendo ler este livro que possui versões em português atual.
O açúcar da Ásia as Américas
Originalmente havia seis espécies de Saccarum, nome científico da cana-de-açúcar. A primeira espécie a ser domesticada foi a Saccarum officinarum, a qual com o passar dos séculos e o aumento pelo interesse do cultivo dessa planta, levou-se a hibridização entre as espécies, levando a criação de espécies híbridas, as quais possuíam características melhores do que as plantas originais.
O cruzamento entre espécies no cultivo de plantas ou na criação de animais é algo comum e bastante antigo, pois o ser humano notou que determinadas características físicas poderiam ser transmitidas pelo cruzamento. Vale lembrar que essa ideia surgiu muito antes da concepção de DNA, genética, fenótipo, etc.
Outro fato curioso é que a cana-de-açúcar pertence a família das Poaceae, família esta a qual pertence o milho, o arroz, o sorgo, trigo, cevada, centeio, aveia, bambu, etc.
“A cana sacarina não atinge a altura de uma árvore, mas a do milho e de outras canas, erguendo-se em calamos de sete a oito pés, com uma polegada de grossura. É esponjosa, suculenta e cheia de um miolo doce e branco.
Tem as folhas dois côvados de comprimento, a flor é filamentosa e a raiz macia e pouco lenhosa. Desta saem rebentos para a esperança de nova safra. Gosta de solo úmido, clima quente e ar mais tépido. A índia Ocidental é feracíssima destas canas, conquanto também as produza a Oriental”. (BARLÉU, 1940, p. 74).
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yveehegyswibuaisvs desculpa
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