(ENEM 2012)SambinhaVêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras. Afobadas braços dados depressinhaBonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da rua. As costureirinhas vão explorando perigos…Vestido é de seda. Roupa-branca é de morim. Falando conversas fiadasAs duas costureirinhas passam por mim. — Você vai?— Não vou não!Parece que a rua parou pra escutá-las. Nem trilhos sapecasJogam mais bondes um pro outro. E o Sol da tardinha de abrilEspia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens. As nuvens são vermelhas. A tardinha cor-de-rosa. Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas…Fizeram-me peito batendoTão bonitas, tão modernas, tão brasileiras!Isto é…Uma era ítalo-brasileira. Outra era áfrico-brasileira. Uma era branca. Outra era preta. ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988. Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poético, como parte de seu projeto de configuração de uma identidade linguística e nacional. No poema de Mário de Andrade esse projeto revela-se, pois:.
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No poema de Mário de Andrade o projeto de configuração da identidade linguística e nacional revela-se, pois a sensibilidade do eu poético captura o movimento dançante apresentado pels costureirinhas (depressinha), que demonstram uma representação de um Brasil de “todas as cores”.
Desde o começo do poema, Mário de Andrade adota o contexto da brasilidade e da identidade linguística e nacional ao denominar as costureiras pelo diminutivo, demonstrando carinho.
Bons estudos!
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