(ENEM, 2012)
A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
(CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.º 36, 2008. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2012. (adaptado))
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
A o estabelicimento de norma prescinde de uma pesquisa.
B_ a avaliacao e hierarquizante dos usos da lingua fundamenta a definicao da norma.
C_ .os comportamentos puristas sao prejudicias a compreensao da constituicao linguistica.
D_ a adocao de unica norma revela uma atitude adequada para os estudos linguisticos.
E- os estudos classicos de sintaxe historica enfatizam a variacao e a mudanca na lingua.
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C_ .os comportamentos puristas sao prejudicias a compreensao da constituicao linguistica
Caroline16:
certo
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A resposta correta é : Os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
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