Português, perguntado por kellynaumko, 10 meses atrás

Empatia

As pessoas se preocupam em ser simpáticas, mas poucos se esforçam para serem empáticas, e algumas
talvez nem saibam direito o que o termo significa. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de
compreendê-lo emocionalmente. Vai muito além da identificação. Podemos até não nos identificar com alguém, mas
nada impede que entendamos as razões pelas quais ele se comporta de determinado jeito, o que o faz sofrer e os
direitos que ele tem.
Nada impede?
Desculpe, foi força de expressão. O narcisismo, por exemplo, impede a empatia. A pessoa é tão auto-focada
que para ela só existem dois tipos de gente: os seus iguais e o resto, sendo que o resto não merece um segundo
olhar. "Narciso acha feio o que não é espelho". Ele se retroalimenta de aplausos, elogios e concordâncias, e assim vai
erguendo uma parede que o blinda contra qualquer sentimento que não lhe diga respeito. Se pisam no seu pé,
reclama e exige que os holofotes se voltem para essa agressão gravíssima. Se pisarem no pé do outro, é porque o
outro fez por merecer.
Afora o narcisismo, existe outro impedimento para a empatia: a ignorância. Pessoas que não circulam, não
têm amigos, não se informam, não leem, enfim, pessoas que não abrem seus horizontes tornam-se preconceituosas
e mantêm-se na estreiteza da sua existência. Qualquer estranho que tenha hábitos diferentes dos seus será criticado
em vez de aceito e considerado. Os ignorantes têm medo do desconhecido, e o evitam.
E afora o narcisismo e a ignorância, há o mau-caratismo daqueles que, mesmo tendo o dever de pensar no
bem público, colocam seus próprios interesses acima de todos e trabalham só para si mesmos, e aí os exemplos se
empilham: políticos corruptos, empresários que só visam ao lucro em respeitar a legislação, pessoas que usam sua
posição social para conseguir benefícios que deveriam ser conquistados pelos trâmites usuais, sem falar em atitudes
prosaicas como furar fila, estacionar em vaga para deficientes, terminar namoros pelo Facebook, faltar a

compromissos sem avisar antes, enfim, aquelas "coisinhas" que são feitas no automático sem pensar que há alguém
do outro lado do balcão que irá se sentir prejudicado ou magoado.
É um assunto recorrente: precisamos de mais gentileza etc e tal. Só que, para muitos, ser gentil é puxar uma
cadeira para a moça sentar ou juntar um pacote que alguém deixou cair. Sim, todos gentis, mas colocar-se no lugar
do outro vai muito além da polidez e é o que realmente pode melhorar o mundo em que vivemos. A cada pequeno
gesto, a cada decisão que tomamos, estamos interferindo na vida alheia. Logo, sejamos mais empáticos do que
simpáticos. Ninguém espera que você e eu passemos a agir como heróis, apenas que tenhamos consciência de que
só desenvolvendo a empatia é que se cria uma corrente de acertos e de responsabilidade. Colocar-se no lugar do
outro não é uma gentileza que se faz, é a solução para sairmos dessa barbárie disfarçada e sermos uma sociedade
civilizada de fato.
(Martha Medeiros)
1) Segundo a crônica, que características de personalidade impedem que alguém desenvolva a empatia?
2) Que efeito de sentido tem a interrogação presente no segundo parágrafo?
3) No terceiro parágrafo, o que foi "força de expressão"? A que a autora está se referindo e que sentido ele tem?
4) De acordo com o quarto parágrafo, quais as consequências da ignorância para as pessoas?
5) Cite alguns exemplos de mau-caratismo segundo a cronista, dizendo se você concorda ou não com ela:
6) Justifique o uso das aspas na palavra "coisinhas" e também o emprego do diminutivo:
7) Podemos afirmar que, no último parágrafo, a autora faz uma crítica às pessoas gentis e que agem com polidez?
Justifique sua resposta:
8) Explique a passagem "É que Narciso acha feio o que não é espelho" presente no terceiro parágrafo do texto.
9) Que mensagem o texto transmite? Comente:
10) Você se considera uma pessoa empática? Justifique sua resposta:

Soluções para a tarefa

Respondido por ritajanieledasilvape
7

Resposta:

10)sim,pois dou dou conselhos e tento enxergar a situação das pessoas.

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