Em sua opinião, como a historiografia brasileira abordou até agora a questão da
raça, no Brasil? Trata-se de uma questão já bastante analisada ou que ainda
necessita de novos olhares?
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Resposta:
Explicação:
“Raça”, da perspectiva da historiografia, é sempre tratada como uma categoria classificatória já presente no Brasil desde a escravidão. Depois ela foi objeto de criticas à república brasileira que, através do racismo e das raciologias, teria privilegiado o imigrante em detrimento do negro, transformando o negro em um sub-cidadão, ou “quase-cidadão”. Há também os registros nos quais a “raça” dilui-se sob o signo do mito da democracia racial, que ora é objeto de rigorosa critica, especialmente criticas dirigidas a Freyre e à sua versão “condescendente” do racismo no Brasil, ora é objeto de celebração, como expressão de uma cultura racial que se fundaria na miscigenação, na tolerância e na harmonia raciais. O maior problema são os excessos de um lado e de outro. Essa questão possui hoje um novo estatuto e devemos pensá-la como uma questão que se afirma politicamente, através da luta do movimento negro de inspiração norte-americana. Trata-se de compreender hoje a forma da luta antirracista como uma luta não de eliminação da “raça”, mas como uma luta de promoção da “raça”. Hoje debate-se leis que tendem a promover a “raça”, como a lei das cotas raciais e a lei do Estatuto da Igualdade Racial. Portanto, essa questão merece novos olhares, especialmente vinda da pesquisa histórica.