Question

Em seguida, dê sua opinião sobre situações em que a influência de um país estrangeiro pode prejudicar a independência de uma nação livre

Answer 1

Olá, tudo bem? Esta pergunta é muito aberta, porque existiram várias situações históricas nas quais isso foi verificado. Vou dar dois exemplos ilustrativos desta dinâmica em diferentes eras.

O primeiro exemplo envolve Portugal e Espanha no século XVI. Na época, Portugal era regido pela Casa Avis e Espanha pela Casa Habsburgo. Acontece que a segunda tinha enorme influência política-cultural sobre o primeiro, até mesmo por seu poder na Europa e sua posição geográfica em relação a Portugal, e tinha facilidade de arranjar diversos casamentos entre as dinastias, mesmo quando tais matrimônios potencialmente prejudicavam Portugal. Em 1578, o rei português D. Sebastião morreu em batalha, e no caos que se seguiu o rei espanhol Felipe II pôde ser um pretendente bem-sucedido ao trono. No final, Portugal perderia sua independência por sessenta anos pelo que era basicamente uma subordinação político-dinástica perante Espanha.

O segundo exemplo é mais recente, e envolve EUA e Cuba. Os EUA sempre tiveram interesse no pequeno país localizado tão perto de sua costa, e tentaram até mesmo comprar o território de Espanha quando Cuba ainda era uma colônia. Antes mesmo da independência formal, a medida que a soberania espanhola decaía em Cuba, os EUA estabelecia um domínio no território, tendo muita influência nas importações e exportações ocorridas na ilha, além de conquistar poder de opinião em assuntos políticos. Em 1903, os EUA conseguiram inserir um dispositivo legal na Constituição de Cuba chamado Emenda Platt, que para todos os efeitos tornava a ilha um protetorado americano.

A influência americana continuou forte durante as primeiras décadas do século XX e pelo governo de Fulgêncio Batista adentro, mas a Revolução Cubana de 1959 marcou uma significativa deterioração, assim como a cooperação de Cuba com a URSS. Apenas recentemente tomaram-se medidas para o fim de um embargo econômico aplicado pelos EUA em Cuba há mais de cinquenta anos, embargo esse que pode ser interpretado como uma represália contra o fim da forte influência político-econômica dos EUA na ilha.