Em relação caos movimento corporais quais são os maleficios que acarretam
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Explicação:: Para o termo atividade física, encontramos na literatura diversas definições11-15. A definição apresentada pelo Manifesto do Cirurgião Geral dos Estados Unidos em 19969 considera como atividade física qualquer movimento corporal com gasto energético acima dos níveis de repouso, incluindo as atividades diárias, como se banhar, vestir-se; as atividades de trabalho, como andar, carregar; e as atividades de lazer, como se exercitar, praticar esportes, dançar, etc. Caspersen et al.11 e, posteriormente, Shephard e Balady15, definem atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resultem em gasto energético, não se preocupando com a magnitude desse gasto de energia. Estes autores diferenciam atividade física e exercício físico a partir da intencionalidade do movimento, considerando que o exercício físico é um subgrupo das atividades físicas, que é planejado, estruturado e repetitivo, tendo como propósito a manutenção ou a otimização do condicionamento físico11,15. Ainda para Pate et al.10 e Caspersen et al.11 essas definições podem ser complementadas assinalando que o exercício tem como objetivo melhorar um ou mais componentes da aptidão: condição aeróbica, força e flexibilidade. Complementando essas definições temos as propostas por Fahey et al.12, nas quais a atividade física define-se como qualquer movimento do corpo realizado pelos músculos que requer energia para acontecer, podendo ser apresentado em um continuum, com base na quantidade de energia despendida. Como exemplos teríamos que subir escadas ou simplesmente caminhar são atividades fáceis que precisam de pouco esforço e gastam pouca energia, considerando que essa realização seja feita por pessoas sadias. Já andar de bicicleta ou correr alguns quilômetros demanda uma habilidade e um gasto energético consideravelmente maior. Exercício físico para eles se diferencia também pela intencionalidade e planejamento, enquanto a expressão aptidão física representaria a habilidade do corpo de adaptar-se às demandas do esforço físico que a atividade precisa para níveis moderados ou vigorosos, sem levar a completa exaustão.
Dentro do nosso contexto, a questão da aptidão física é abordada por Guedes16 em seu capítulo nas "Orientações Básicas sobre Atividades Físicas e Saúde para Profissionais das Áreas de Educação e Saúde", definindo-a como "um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas, também, evitar o aparecimento das funções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver". Propõe também que a aptidão física seria a capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que vivem16.
Shephard e Balady15 ressaltam ainda, nesse seu artigo recente, a inter-relação e a diferença entre as intensidades de exercício absoluta e relativa, quando definimos a quantidade ou a dose de atividade física ou de exercício de um indivíduo. A dose de exercício se refere à quantidade de energia despendida nas atividades físicas que requerem movimentos musculares e de repetição e pode ser expressa em quilojoules ou quilocalorias. A intensidade absoluta reflete a taxa de energia gasta durante o exercício e pode ser expressa em METs ou kJ.min-1, enquanto a intensidade relativa se reflete na porcentagem relativa da potência aeróbica máxima que é mantida durante o exercício e é expressa como a porcentagem do consumo máximo de oxigênio.
Após definirmos atividade física, exercício e aptidão física, esclarecemos que a saúde não se caracteriza apenas como um estado de ausência de doenças nos indivíduos18,19, mas como um estado geral de equilíbrio no indivíduo, nos diferentes aspectos e sistemas que caracterizam o homem; biológico, psicológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando em sensação de bem-estar18. Para esses autores18, a saúde é um continuum com pólos positivos e negativos. Os pólos positivos são associados à capacidade das pessoas de aproveitar a vida e de superar desafios e não apenas ausência de enfermidades, enquanto o pólo negativo é associado com a morbidade e, em seu extremo, com a mortalidade, entendendo a primeira como um estado de saúde, resultado de uma doença específica. Já a mortalidade é usualmente definida em termos específicos para um determinado grupo populacional, levando em conta o sexo e a faixa etária.