História, perguntado por girlinpurple, 9 meses atrás

em que países havia condições de ocorrer uma revolução socialista no fim do século XIX?? cite dois e justifique​

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Respondido por thaynnakembelly102
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Resposta:

A Revolução Russa de 1917 foi um acontecimento capital na História do Século XX. E, apesar de o mundo socialista por ela criado haver desmoronado no final do período, aquele evento exerceu uma extraordinária influência na vida de centenas de milhões de seres humanos.

Lenin

Lenin foi o primeiro chefe do Governo Socialista russo, implantado com a revolução de outubro de 1917.

Antecedentes

Os antecedentes da Revolução Russa devem ser procurados na Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, e em seus desdobramentos: formação do proletariado, prática do “capitalismo selvagem” e evolução das idéias socialistas.

A Revolução Industrial consolidou o sistema capitalista e as relações de trabalho assalariado. Nestas, o trabalhador não tem qualquer controle sobre os meios nem sobre os instrumentos de produção, entrando no processo produtivo como mera força de trabalho não-qualificada. Tal situação, agravada pela enorme oferta de mão-de-obra existente, levou os capitalistas a explorar o proletariado de forma absolutamente desumana, configurando o que se convencionou chamar de “capitalismo selvagem”.

O proletariado, por ser um grupo social novo, demorou para adquirir consciência de classe, que Ihe daria a coesão necessária para lutar por melhorias em suas condições de trabalho e de vida. Foi somente a partir de meados do século XIX que começaram a se organizar os primeiros sindicatos e apenas em fins daquele século que eles começaram a conquistar alguns direitos. Os governos dos países industrializados, controlados pela burguesia, obviamente dificultaram ao máximo a organização do operariado e sua luta reivindicatória.

Assim, como a miséria dos trabalhadores permanecia sem expectativa de solução, certos intelectuais (geralmente de origem burguesa, mas sensibilizados pela causa operária) começaram a criar teorias que propunham mudanças na estrutura econômica e social do capitalismo, com vistas a criar uma sociedade mais justa e menos diferenciada. Surgiram então as idéias socialistas.

As primeiras teorias ficaram conhecidas pelo nome de socialismo utópico porque não pregavam a destruição do capitalismo, mas apenas sua reforma; ora, na opinião dos socialistas radicais, essa atitude era utópica, já que, para eles, o capitalismo era intrinsecamente mau, não podendo ser reformado — mas apenas destruído.

O socialismo radical encontrou sua maior expressão em Karl Marx — criador do socialismo científico ou comunismo. Para ele, o capitalismo deveria ser destruído por uma revolução armada do proletariado, o qual implantaria uma ditadura socialista. Nesta, a propriedade privada desapareceria e os meios de produção seriam coletivizados, criando o que Marx esperava fosse uma sociedade sem classes. Quando a revolução socialista se estendesse a todos os países (daí a célebre frase “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”), seria possível suprimir o Estado e estabelecer uma sociedade inteiramente igualitária: a sociedade comunista.

Embora o futuro tenha provado que o projeto de uma sociedade comunista era tão utópico quanto as teorias anteriores, o socialismo marxista seduziu milhares de intelectuais e milhões de operários e camponeses. Já em 1871, os comunistas, aliados aos socialistas utópicos e a uma facção de esquerda ainda mais radical — os anarquistas — realizaram aquela que se tornou a maior insurreição socialista antes da Revolução Russa de 1917: a Comuna de Paris. Mas a repressão do governo burguês foi implacável: 13.000 revolucionários foram fuzilados e quase 50.000, deportados.

Marx afirmava que a revolução socialista deveria triunfar nos países mais industrializados, onde o proletariado seria mais numeroso e organizado. Tal previsão falhou redondamente porque, nos países mais desenvolvidos, os operários já haviam conquistado certos direitos e benefícios, o que diminuiu seu entusiasmo por uma revolução armada.

Restavam, portanto, os países atrasados, onde a exploração e miséria dos trabalhadores ainda se encontrava no estágio do capitalismo selvagem; nesses Estados, as condições para uma revolução proletária eram mais favoráveis.

Respondido por Gustavos9
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Resposta:

Alemanha e França.

Explicação:

A Rússia pré-1917 pouco tinha de capitalista e menos ainda de avançada. Sua produção era basicamente rural, seu proletariado industrial pequeno se comparado ao de países como Inglaterra, Alemanha e França, e seus movimentos de oposição mais atuantes e revolucionários eram os herdeiros da tradição narodnik, uma espécie de populismo agrário mais voltado para atentados terroristas do que para a derrubada e o exercício do poder. Nesse contexto, exigia mais do que certa imaginação política não apenas prever o surgimento e a mobilização de um movimento socialista russo capaz de tomar o poder aos czares, mas também confiar na própria sustentabilidade do projeto do socialismo num país onde o atraso econômico, a agitação social, as catástrofes externas, a extensão do território e a difícil convivência de povos distintos tornavam inglória a tarefa de qualquer governo, e tanto mais a de um governo com um projeto inédito, inteiramente transformador e sob o assédio da contra-revolução e das potências da época.

Por todas essas razões, o máximo que a imaginação e, mais do que isso, o otimismo dos marxistas de então poderia comportar era a perspectiva de que o socialismo na Rússia triunfaria porque seria uma espécie de estopim para a Revolução na Europa. O socialismo maduro seria colhido em países como Alemanha e França, sob cuja proteção e inspiração o prematuro e penoso socialismo russo floresceria aos poucos e no ritmo que todos os obstáculos da sociedade russa impunham. A idéia da Revolução Permanente, fiel ao internacionalismo marxista, surge neste contexto em que a própria sobrevivência de uma Rússia socialista era tida como dependente do triunfo da revolução em outros países.

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