em que paises foram usada a mão de obra escrava?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:Os portugueses, brasileiros e, mais tarde, os holandeses, traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão de obra escrava nos engenhos de cana-de-açúcar do Nordeste.
Resposta:A escravidão esteve presente no continente africano muito antes do início do comércio de escravos com europeus na costa atlântica.[2]
Desde por volta de 700, "prisioneiros capturados nas guerras santas que expandiram o Islã da Arábia pelo norte da África e através da região do Golfo Pérsico" eram vendidos e usados como escravos. Durante os três impérios medievais do norte da África (séculos X a XV), o comércio de escravos foi largamente praticado.[3]
Lovejoy apresenta o conceito de modo de produção escravista (de E. Terray) como fundamental para uma compreensão mais completa do funcionamento político, econômico e social da África[4] - e também das colônias portuguesas nas Américas. Segundo sua definição, o modo de produção baseado na escravidão é aquele em que predominam a mão de obra escrava em setores essenciais da economia; a condição de escravo no mais baixo nível da hierarquia social; e a consolidação de uma infraestrutura política e comercial que garanta a manutenção desse tipo de exploração.[4]
A escravização dos africanos por interesses
Hoje, a escravidão nos choca sob qualquer forma que ela se apresente, todavia, a escravidão africana divergiu profundamente de escravidão racista nas Américas. Por exemplo, a Carta de Curucã Fuga, a Constituição do Império do Mali veementemente proíbe maus-tratos ao escravo em seu artigo 20.[5] Além disso, muitos dos povos africanos adotaram o Islã que, por sua vez, prescreve aos religiosos tratar os escravos “generosamente” (ihsan) (IV, 36) e considera a alforria como um gesto merecedor e uma obra de beneficência (II, 117; XC, 13).[6]
Muitos escravos puderam, assim, alcançar posições de poder e influência. No Egito temos o exemplo de Abul Misque Cafur, originalmente escravo de origem etíope que se tornou regente do Egito.[7] Em Marrocos, destaca-se o político Ibn Marjan (d. 1728), um eunuco negro encarregado da tesouraria, bem como dos servos negros no palácio durante a vida do Mulai Ismail.[8]
No Império do Mali, Mansa Sacura (r. 1285–1300), escravo de nascimento, foi libertado e tornou-se um general do exército de Sundiata Queita posteriormente nomeando-se o sexto imperador do império mande.[9] Segundo as crônicas árabes, os regimentos negros, chamados ‘abid al-shira’ (escravos comprados), tornaram-se um importante elemento dos exércitos fatímidas. Eles conquistaram um papel principal no reinado do califa fatímida Almostancir do Cairo (r. 1036–1094), graças ao indefectível apoio que lhes foi conferido pela mãe do califa, escrava sudanesa de muito caráter. No apogeu de sua potência, eles eram 50 000.[10] Escravos negros também alcançaram destaque na Índia, tendo sido Malik Ambar o mais notável deles sendo referido como o guru da guerrilha Marata.[11]
Na África Ocidental, o jonya (do termo mande jon, que significa cativo) era um escravo ligado a uma linhagem. Nas sociedades em que reinou esse sistema, ele pertencia a uma categoria sociopolítica integrada a classe dominante; era então cidadão exclusivo do Estado e pertencia a seu aparelho político. Enquanto sistema e categoria social,o jonya desempenhou um papel considerável e original nos Estados e impérios de Gana, Tacrur, Mali, Canem, Axânti e Iorubá.[12] Os soberanos sudaneses também importavam escravos. Ibne Batuta nos relatou que quando o imperador do Mali sentava no trono em praça pública, atrás dele postavam-se cerca de 30 mercenários mamelucos, comprados para ele no Cairo.[13]
Também havia os worossos que eram escravos "nascidos no meio" descendentes dos jons (escravos capturados ou comprados) sendo que ambas as classes de escravos tinham direito de trabalhar em seu próprio benefício por determinado período. Era possível para eles juntar sua própria propriedade pessoal havendo, inclusive, o termo 'jon ma jon' para definir o escravo pertencente a outro escravo.[14]
O comércio de escravos foi muito importante no Império Songai. Os escravo era muitas vezes usado como soldado, e foi muito honrado e digno de confiança. Escravos palacianos eram chamados Arbi. Arbis trabalhavam como músicos, artesãos, ceramistas, e muitos outros trabalhos artísticos. Os escravos também trabalhavam em fazendas para produzir alimentos que apoiava moradores locais. Em muitas sociedades africanas, havia muito pouca diferença entre os camponeses livres e os camponeses vassalos feudais.[15] A maioria dos escravos vivia em suas próprias casas en famille. Logo, o mestre era obrigado a prover seu escravo com alguma extensão territorial cultivável na qual ele poderia trabalhar por conta própria, e lhe era permitido um ou dois dias livres na semana onde ele poderia trabalhar em sua própria fazenda ou em qualquer outra ocupação remunerada, ao invés de trabalhar na fazenda gandu de seu senhor.