Em que ano foi realizado o primeiro CENSO em Angola?
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Resposta:
Explicação:
O primeiro censo populacional realizado em Angola tem este título pitoresco: “Mapa de Toda a População da Cidade de São Paulo da Assunção e de Suas Diferentes Corporações, Empregos, Estados e Condições das Pessoas em Todo o Ano de 1832, até Janeiro de 1833 Respeito ao Estado da Mesma População, suas Diferenças para Mais ou para Menos, como Indica a Observação Abaixo Mencionada para Mais Abreviatura do Presente Mapa”. Esta preciosidade foi descoberta no “Arquivo Municipal” da capital, por Francisco Lopes Roseira, um dos maiores intelectuais do seu tempo.
O documento permite analisar a cidade de Luanda (único objecto do inquérito censitário) na vertente social e económica, com grande nitidez e profusão de elementos, fundamentais para a compreensão da época.
Angola veio a ter outro censo, mas este geral, 108 anos depois, em 1940. O primeiro, descoberto por Lopes Roseira no Arquivo Municipal, discrimina a população luandense pelas corporações (eclesiástica, militar e civil) e ofícios.
No primeiro censo feito em Luanda cada corporação é apresentada pelas ordens religiosas, unidades militares e serviços civis. A população é descrita por raças, condição social (escravos e cidadãos livres), estado civil ofícios. Inclui uma informação fundamental: o movimento demográfico.
O “Mapa de Toda a População da Cidade de São Paulo da Assunção” não é assinado e não há qualquer referência à entidade que o encomendou. Muito menos aos técnicos que fizeram o trabalho de recolha e leitura dos dados. O Senado da Câmara, o Governo-Geral ou e a Igreja podem estar, isoladamente, na realização do censo. Ou as três instituições em conjunto.
O documento revela um aspecto interessante. Algumas páginas têm colados quadrados com dados importantes por cima das páginas originais. O que leva a crer que foram detectados erros e essa foi a forma de fazer as correcções.
O “mapa” é anónimo mas esse facto não lhe retira a importância. Lopes Roseira, numa conferência no Rotary Clube de Luanda, em 20 de Dezembro de 1966, disse que “quem pretender, com profundidade, estudar a evolução da população de Luanda, não pode desprezar tão preciosa fonte de informação, por ser, em relação à época, completa e única no género”.