Em qual teoria do século XIX o filósofo William Graham Summer apóia?
Soluções para a tarefa
Quem acredita que a teoria sobre evolução e seleção natural limitou-se à área da Biologia está redondamente enganado. Não demorou muitos anos para alguns pensadores (filósofos e cientistas sociais) do século XIX, como o inglês Herbert Spencer, utilizarem as ideias de Malthus e, especialmente, de Darwin, para elaborar esquemas filosóficos que acabariam sendo utilizados para classificar as sociedades humanas em atrasadas e avançadas, primitivas e modernas, bárbaras e civilizadas.
Eles defendiam a tese de que existiam raças superiores e inferiores, a qual foi amplamente utilizada pelos governos europeus para justificar seus domínios na Ásia e na África no período do imperialismo (século XIX e parte do século XX), criando as condições para o aumento do preconceito contra os povos desses continentes, vistos como inferiores.
Essa teoria sobre a superioridade de alguns grupos sociais também foi utilizada nos Estados Unidos. O darwinista social William Graham Summer afirmava que “os milionários são um produto da seleção natural”. (FOSTER, 2005, p. 262). Ou seja, percebe-se que a teoria de Darwin acabou por ser convertida em um pensamento que reforçava os ideais da classe burguesa da época, vindo a justificar, ao final das contas, a lei do mais forte e a superioridade da elite. (FOSTER, 2005, p. 261).
Mas é necessário destacar que essas concepções jamais foram criadas ou aceitas por Darwin, que, aliás, era um antiescravocrata declarado. Elas são apenas algumas das inúmeras interpretações do darwinismo, que serviram para justificar um discurso racista e preconceituoso, o qual, infelizmente, teve uma grande influência na segunda metade do século XIX.
O darwinismo social no Brasil
Nas últimas décadas do século XIX, em nosso país, muitos intelectuais e pensadores, tais como Nina Rodrigues e Sílvio Romero, acabaram por adotar a tese da existência de uma raça superior. Defendiam o branqueamento da população como uma forma de superar a mistura de “cores” que caracteriza o povo brasileiro. A aplicação prática dessa concepção se traduziu no incentivo à imigração maciça de trabalhadores europeus (italianos, alemães, espanhóis, poloneses, ucranianos), que, ao longo do tempo, branqueariam a sociedade do país.
Mais tarde, já no século XX, esse pensamento perdeu força e a mistura de raças passou a ser vista como algo benéfico. Foi nesse momento, por exemplo, que o samba, o violão, o frevo e a capoeira deixaram de ser criminalizados e marginalizados no Brasil, passando a ser aceitos em setores sociais mais elitizados.