Em qual período da história humana que houve uma mudança no fluxo migratório? Por quê?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Entenda o que revela o índice calculado pela ONU
Michel Temer na sessão de abertura da reunião sobre “Grandes Movimentos de Refugiados e Migrantes” na ONU. Foto: Beto Barata / Presidência da República
Este é o primeiro texto de uma trilha de conteúdos sobre Migrações no Brasil e no mundo. Confira os demais posts da trilha: 1 – 2 – 3 – 4 – 5
Ao terminar de ler este conteúdo, você terá concluído 20% desta trilha
A migração faz parte da história da humanidade. Historiadores em geral concordam que o estilo de vida migratório e o sedentário coexistiram em todos os períodos da história mundial, apesar das fundações legais e administrativas da migração moderna somente terem surgido no final do século XIX. Mas você sabe o que significa o termo “migração”?
Migração: O movimento de uma pessoa ou grupo de pessoas de uma unidade geográfica para outra através de uma fronteira política ou administrativa, que deseja se instalar definitiva ou temporariamente em um lugar diferente de seu lugar de origem.
É importante destacar que trataremos nesta trilha principalmente da migração moderna, quando os países passam a regulamentar e reconhecer a prática, pois “migração” é um termo amplamente utilizado para diferentes situações e períodos históricos. Historiadores conjeturam, por exemplo, que algumas migrações ocorreram na pré-história (período anterior à escrita) graças a mudanças climáticas. No entanto, naquela época, não havia países, fronteiras ou controles administrativos do modo como hoje existem. Por isso, não poderíamos encaixar esse tipo de migração em uma definição de migração moderna.
Há vários motivos para que uma migração ocorra: mudanças climáticas, catástrofes naturais, conquistas militares, insegurança em sua terra de origem, perseguição, povoamento de um novo território, insatisfação com o governo de seu país, esperança de encontrar condições de vida melhores em outro local, alguma oportunidade de trabalho, de estudos, entre outros.
Encontro “Crianças sem Fronteiras” reúne imigrantes e refugiados em Brasília, em 2017. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
A maior parte dos historiadores concorda que, na história documentada, os séculos XIV e XV foram decisivos para uma mudança no padrão migratório: foi a época das “grandes descobertas” pelos países europeus. As Américas, África e partes da Ásia foram inundadas por correntes migratórias, que buscavam povoar essas regiões e, mais, conquistá-las.
Logo, iniciou-se um novo tipo de migração internacional, não voluntário, mas forçado: o tráfico de escravos. Os escravos eram trazidos principalmente da África, para trabalhar nas Américas. Com a abolição da escravatura na maior parte das Américas no século XIX, iniciou-se outro tipo de migração, também relacionado ao trabalho, desta vez voluntária. Grande parte destes trabalhadores era originária de regiões menos favorecidas da Europa. A migração de italianos e alemães para o Brasil foi comum nesta época, especialmente para o Sul do país. Apesar do caráter contratual, as condições de trabalho eram muitas vezes análogas à escravidão.
Leia mais: Ajuda humanitária: solidariedade ou indústria da pobreza?
A migração considerada moderna tem seu início com a Revolução Industrial. As novas tecnologias e máquinas fizeram com que muitas pessoas, principalmente nos Estados mais desenvolvidos, ficassem desempregadas. Deste modo, ocorreram migrações em massa, tanto para o “novo mundo”, com destaque para os Estados Unidos, quanto entre os países europeus. Com essa nova onda migratória, os países passaram a se preocupar em regular a entrada dos imigrantes. Um dos primeiros a estabelecer critérios para a entrada em seu país foram os Estados Unidos, com o Estatuto Geral da Imigração, em 1882. A Austrália e o Canadá logo seguiram seus passos.
“Houve migrações em massa em tempos mais recentes?”, você deve estar se perguntando.
Na história das últimas décadas, a Segunda Guerra Mundial é lembrada como um período de muitas migrações. Inclusive, o número de refugiados cresceu enormemente nesta época, graças às perseguições que inúmeros grupos sofreram. Nesta época, alguns países, como os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Argentina, tomaram medidas para incentivar o fluxo imigratório para seus países, absorvendo força de trabalho e aproveitando o “boom” econômico pós-guerra.
A porcentagem de migrantes internacionais – pessoas que vivem em um país diferente do que nasceram – se mantém relativamente constante nos últimos anos, em cerca de 3% da população mundial. As estatísticas da ONU revelam que, em 2015, o número de migrantes internacionais chegou a 244 milhões de pessoas, dos quais 20 milhões eram refugiados.