em qual das províncias as tropas do General português Cunha fidíe foram obrigadas a se render
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Resposta:
No início de outubro de 1822, tropas comandadas pelo tenente-general português João José da Cunha Fidié, encontravam-se na Província do Piauí, mais precisamente na capital, Oeiras. A presença ostensiva dos militares tinha como objetivo manter sob controle uma situação que já era explosiva, com movimentos separatistas surgindo em várias regiões do Brasil. No dia 19 daquele mês, um grupo de intelectuais com idéias libertárias, liderados pelo presidente da Câmara de Parnaíba, João Cândido de Deus e Silva, proclamou a emancipação da vila, fato que ajudou a cimentar a independência do Brasil.
Parnaíba não tinha o peso político de Oeiras, mas concentrava uma elite intelectual que fazia dela um importante difusor de novas idéias, inclusive libertárias. Parnaíba surgira de um entreposto para guarda de animais e acondicionamento de carne bovina, no local que era conhecido como Porto Salgado, ou Porto das Barcas. Esse entreposto levou ao surgimento de uma indústria de charque. A Vila de São João da Parnaíba surgiu em 20 de setembro de 1759, fundada pelo então governador da Província do Piauí, João Pereira Caldas. A Câmara, que ficaria para a história, foi inicialmente instalada na região portuária que administrava a vila.
Por essa época, a Vila de Parnaíba era, possivelmente, o mais importante centro cultural e intelectual da província. Era um centro para o qual fluíam notícias do país e do mundo. Não poucas vezes, as informações chegaram primeiro a Parnaíba, para só depois se irradiarem para o restante da Província. Com sua força econômica e cultural, a vila exercia influência no restante do Piauí e era natural que procurasse interferir também na vida nacional, o que de fato fazia ou tentava fazer.
Como não poderia deixar de ser, a independência do Brasil em relação a Portugal era um tema recorrente nas conversas entre os membros da elite intelectual parnaibana, formada por fazendeiros, militares e homens de negócios. Alguns desses personagens eram o presidente da Câmara, João Cândido de Deus e Silva, o capitão Domingos Dias da Silva, o capitão Bernardo de Freitas Caldas e o tenente Joaquim Timóteo de Brito, além do rico fazendeiro Simplício Dias da Silva, que deflagraram o processo que resultaria na independência da província e teria papel importante na independência do próprio país.
Parnaíba, Metrópole das Províncias do Norte
Por sua bravura e patriotismo, Parnaíba se tornou a primeira vila do Norte do Brasil a aderir à causa, tendo sido agraciada com o título de A Metrópole das Províncias do Norte pelo imperador Dom Pedro I, tendo sido convidado para ser o primeiro presidente da Província do Piauí o fazendeiro Simplício Dias da Silva.
A questão parnaibana precipitou uma série de acontecimentos que ajudaria a consolidar a independência do Brasil. Segundo o professor Antônio Fonseca dos Santos Neto, diretor do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), da Universidade Federal do Piauí, o movimento de Parnaíba não deve ser visto isoladamente, nesse processo.
Por exemplo, o grito parnaibano mudou a estratégia de luta de Fidié em Oeiras. Ex-ajudante de ordens do governador da Ilha da Madeira em 1819 e 1820, tendo sido nomeado em dezembro de 1821 Governador das Armas da Província do Piauí, baseado em Oeiras, ao saber dos acontecimentos no litoral, rumou no dia 13 de novembro para o Norte até a Vila São João da Parnaíba. Porém, não encontrou os revoltosos, que sabendo do deslocamento das tropas portuguesas, refugiaram-se a tempo em cidades e vilas próximas. Além disso, Parnaíba, pacificada, estava ocupada por tropas vindas do Maranhão.
Moral abalado
Sem tropas em Oeiras, separatistas locais se aproveitaram e, invadindo e tomando a Casa da Pólvora, declaram a independência da capital da Província do jugo português, em 13 de dezembro, um mês depois do envio das tropas para o Norte.
Explicação: