Geografia, perguntado por PEDINAREGINA, 1 ano atrás



“Em matéria de tecnologia, são as empresas multinacionais que centralizam a produção dos conhecimentos e que asseguram a circulação interna e externa dessa informação. O essencial das atividades de pesquisa e de desenvolvimento é efetuado nos países de origem das multinacionais [...]. É uma estratégia da informação, que permite preservar o controle real sobre os recursos. Todavia, essa informação circula no espaço e, nesse sentido, pode-se falar de transferências, mas na maioria das vezes trata-se de uma transferência interna no espaço das empresas. A rede de circulação dessa informação não é pública, mas privada. Os fluxos de informação tecnológica ligam as matrizes às filiais. Isso não significa que não se façam pesquisas nos centros secundários, mas só o centro principal conhece a sua finalidade e, assim, pode utilizá-la com eficácia. A informação paga pelas multinacionais oferece a possibilidade de uma estocagem fácil e de uma mobilização muito rápida dos conhecimentos necessários à tomada de decisões. É uma estratégia que se concebe, se elabora e desabrocha em ‘territórios abstratos’, ou melhor, nos territórios das empresas.

Existe a circulação externa da informação, a que se refere à saída fora do espaço das multinacionais em direção aos ‘territórios concretos’ das economias de recepção, mas ela não é de um gênero muito particular. Na maioria das vezes, trata-se de uma tecnologia necessária à utilização do produto. É, de certa forma, um ‘saber-manejar’ o produto que é transferido, mas não um ‘saber-fazer’ o produto. Sem dúvida, é do interesse da empresa vulgarizar o ‘saber-manejar’, enquanto o ‘saber-fazer’ permanece privado. A informação do ‘saber-fazer’ é a base do poder das multinacionais, por isso elas não têm nenhum interesse em deslocar a inovação e, nessas condições, a circulação interna permanece preponderante e predominante em relação à circulação externa”.
(Claude Raffestin. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993. p. 245-250)
Assinale a alternativa que contém uma proposição coerente com os argumentos apresentados no texto:


As forças globais, tais como o FMI e os sistemas financeiros, não afetam os ambientes locais, mesmo que eles sejam densos.

A noção de escala global deixou de ter importância em geografia, já que o global só se revela por meio do local.

Os densos ambientes locais, ou metrópoles, não apenas sofrem os efeitos da globalização, mas são espaços que produzem a globalização.

Na escala global os agentes operam horizontalmente, enquanto na escala local os agentes operam verticalmente.

A globalização conferiu densidade a todos os ambientes locais, na medida em que suas forças atingem todos os lugares da mesma forma.

Soluções para a tarefa

Respondido por yati
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CORRETA: O processo de industrialização de um país não implica, necessariamente, controle sobre as tecnologias produtivas.

coifelix: obrigada
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