Em dezembro de 1884, o chefe Seattle, representante de várias tribos indígenas, fez uma declaração comentando a proposta do presidente norte-americano Franklin Pierce de comprar suas terras (no estado de Washington). Suas palavras, ditas em dialeto suquamish ou duwanish, foram traduzidas para o inglês em diversas versões, das quais a primeira foi publicada 33 anos depois com o título “Carta de Seattle”.
Lida em maio de 1975 numa reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência por Russel Peterson, que então a presidia, a carta consagrou-se como um eloquente manifesto em favor da ecologia e do meio ambiente. O trecho reproduzido a seguir dá uma amostra de sua força argumentativa.
O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O Grande Chefe assegurou- -nos também sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade.
Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que, se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na sucessão das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas – elas não empalidecem. Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia é-nos estranha, se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los?
Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho. O homem branco esquece a sua terra natal, quando – depois de morto – vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos dascampinas, o calor que emana do corpo de um mustang e o homem – todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. [...]
Disponível em: . Acesso em: 6 jul. 2016.
a) O chefe Seattle garante que sua palavra é confiável e a compara às estações do ano e às estrelas. Segundo o texto, o que há de comum entre a palavra do índio, as estações do ano e as estrelas?
b) No segundo parágrafo, Seattle desautoriza a proposta do presidente americano, considerando-a estranha e descabida. Em que se baseia o argumento que ele usa para isso?
c) No parágrafo final do fragmento, o índio conclui que o Grande Chefe de Washington exige muito ao propor que vendam as terras. Quais os argumentos usados para justificar essa conclusão?
Soluções para a tarefa
Olá, tudo bem?
O exercício é interpretação de texto
Para bem interpretar um texto você deve saber as linhas e entrelinhas que o autor escreveu.
Algumas dicas para interpretação de texto:
- leia sempre, um bom leitor é um bom interpretador de texto
- leia as perguntas primeiro, pra já se focar no assunto
- pesquise as palavras que não entendeu no seu amigo dicionário
- leia o texto quantas vezes achar necessário
- faça um resumo do texto
- converse com as pessoas sobre o texto
Agora vamos ao exercício
a) O chefe Seattle garante que sua palavra é confiável e a compara às estações do ano e às estrelas. Segundo o texto, o que há de comum entre a palavra do índio, as estações do ano e as estrelas?
elas não empalidecem, ou seja, não perdem a força, são verdadeiras
b) No segundo parágrafo, Seattle desautoriza a proposta do presidente americano, considerando-a estranha e descabida. Em que se baseia o argumento que ele usa para isso?
Porque ele se considera, assim como a seu povo, irmão da terra , das plantas e animais que vivem ali e também lá é a terra de seus ancestrais mortos.
c) No parágrafo final do fragmento, o índio conclui que o Grande Chefe de Washington exige muito ao propor que vendam as terras. Quais os argumentos usados para justificar essa conclusão?
Os ditos no primeiro e segundo parágrafo : Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia é-nos estranha, se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los?
Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho. O homem branco esquece a sua terra natal, quando – depois de morto – vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang e o homem – todos pertencem à mesma família.
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Sucesso nos estudos!!!