Em determinado trecho da música, a compositora menciona:
Carnaval não é esse colosso. Nossa escola é raiz, é madeira. Mas é o Morro do Pau da Bandeira. De uma Vila Isabel verdadeira.
Com base no pensamento da autora Cecília Peruzzo sobre a corrente popular-massiva, existente na atualidade é correto afirmar que:
a.
A compositora prioriza a Escola, ou seja, a sala de aula; em detrimento ao carnaval.
b.
A compositora critica a última classificação da Vila Isabel no desfile.
c.
A compositora critica a apropriação do Carnaval - próprio da cultura popular de raiz - pela comunicação de massa em busca de altos índices de audiência.
d.
Para a compositora, o Carnaval apropriado pela comunicação de massa - tal qual o exibido pela TV – conta e exige muito mais a participação da comunidade.
e.
O Carnaval apropriado pela comunicação de massa - tal qual o exibido pela TV corresponde à categoria popular-folclórico e não à categoria popular-massivo
Soluções para a tarefa
a) No próprio trecho a autora afirma uma idéia oposta ao que é proposto nessa alternativa. “Carnaval não é esse colosso”. A autora esta se referindo ao carnaval em sí, não a nenhuma preferência entre educação ou carnaval, lazer ou cultura. A preferência dela é entre dois tipos de carnaval: o colossal e o da “Vila Isabel verdadeira”.
b) A autora tem um posicionamento critico quanto à maneira com que o carnaval é tratado e apresentado pela grande mídia, massivo. No trecho mesmo podemos perceber parte do que a autora defende é muito mais do que brilhos, cores, toda grandiosidade que é visto pela tv e os resultados. A questão dela é o que é verdadeiro no carnaval:o que se vê pela tv ou o que se vive no cotidiano?
c) Todos nós sabemos que se um determinado programa, filme, produto cultural (enfim) não vai bem nas vendas, não atinge grande parcela da população, ele é substituído por outro. Como explicar programas culturais infantis educativos estarem sempre em canais fora do eixo principal das grandes emissoras e em horários não tão esdrúxulos, como pela manhazinha ou nos fins de semana apenas?
Enfim, a compositora faz essa critica a esse “carnaval colossal” proposto pela tv, incentivado e difundido por ela, enquanto no passado, pouco se importava com ele, enquanto cotidianamente ela pouco se preocupa em mostrar a realidade desses morros ou das escolas de samba e o que ali se passa.
d) O carnaval que “exige a participação da comunidade” é aquele de quem vive no Morro do Pau da Baneira, de quem é da Vila Isabel mesmo, da Vila Isabel que é morro, que é uma região de certa exclusão social e urbana onde o que se tem de verdade é a madeira, a simplicidade de toda uma construção física de materiais escassos, de pessoas que tem uma vida sem grandes luxo. O carnaval que só é lembrado no começo do ano – o que é exibido pela tv – é um mundo diferente daquele que acontece em outros tempos e em outros lugares, onde se respira samba e carnaval o ano todo e faz parte do espírito da comunidade.
e) A tv é um dos grandes meios de comunicação em massa contemporaneamente. O que antigamente fora o radio, hoje é a tv: aparelho maciçamente vendido, praticamente onipresente em todas as casas, em todas as classes, que mostra visões únicas (ou pouco divergentes) sobre os mais variados temas e que atinge a praticamente todos. Não há diversidade sobre os olhares. É uma industria que produz uma cultura aparentemente igual para todos. Como todo produto (cultural no caso) , que visa atender à uma industria, que visa sempre o lucro, o grande interesse da tv é atingir à maioria das pessoas para que assim, seu lucro (seu controle talvez?) seja o maior possível. Sua preocupação é muito mais com o lucro do que com o folclore e as tradições dos pequenos povos e populares entre cada grupo identitario.